As chuvas intensas que atingem grande parte do país desde outubro podem trazer fôlego para uma recuperação das ações do setor elétrico, bastante afetadas em razão da crise hídrica em 2021.
No nosso entendimento, há uma tendência de que a situação melhore por conta do grande volume de chuvas no país, apesar de ainda não parecer refletido nos preços (conforme o gráfico).
Mas, sou cauteloso com otimismo, pois o cenário para 2022 é de grande incerteza, tanto global quanto doméstica, o que pode ter impacto em diversas ações. Contudo, o segmento de energia acaba sendo visto como resiliente em períodos de crise.
Fonte: Bloomberg
Por mais que tenhamos expectativas de melhores resultados com a temporada de chuvas, a bolsa é movida por expectativas. No curto e médio prazo, as expectativas não são animadoras pensando em cenário macroeconômico, o que pode travar o desempenho de algumas ações, mesmo com a melhoria na perspectiva de resultados.
É importante lembrar ainda que resultados melhores e o preço das ações não acompanhando significa que temos oportunidades.
Avaliamos que as geradoras com maior exposição à fonte hídrica que eventualmente podem se beneficiar com a melhora nos níveis dos reservatórios do país são, por exemplo, AES Brasil ON (SA:AESB3) e Engie ON (SA:EGIE3).
Para quando será o alívio na conta de energia?
Com as chuvas – que não param –, vemos que o governo tem espaço para acelerar o fim da cobrança da bandeira vermelha. A expectativa é de que a tarifa possa deixar de ser cobrada entre fevereiro e abril, mas é claro que tudo isso depende das condições climáticas futuras.
Por último, com a piora no cenário doméstico, o setor elétrico tende a ser bastante defensivo e vemos essa característica como positiva, considerando que estamos entrando em ano eleitoral que pode trazer muita polarização.