Ontem o IPCA-15, que é uma previa do IPCA, acelerou 1,20%, acima do consenso, que era de 1%, e levou o mercado a uma serie de revisões para a inflação deste ano.
O IPCA-15 reforçou as apostas ao Copom, que decide hoje a taxa de juros, depois que Guedes passou para Campos Neto a “missão” de salvar o furo do teto com a política monetária, e falou que o BC estava atrás da curva. No mercado, a maioria aposta em uma alta de 1,5 p.p.
Ontem o pregão estendido levou o investidor para a defensiva quando saiu a notícia de que a PEC dos precatórios pode aumentar o fundo eleitoral e financiar emendas parlamentares.
O congresso não dá ponto sem nó e tem seu preço para aprovar a PEC dos Precatórios, mesmo que seja às custas da economia e da âncora fiscal.
O dólar, que deveria cair com a previsão de alta dos juros, já despreza a esperança do smart money que poderia trazer investidores interessados nos juros de renda fixa do Brasil.
A perda da âncora fiscal, risco de recessão e a inflação em alta afasta os investidores estrangeiros e institucionais e pressiona cada vez mais o dólar, que continua em tendência de alta, apesar do aperto dos juros.
A alta do dólar será mais um fator inflacionário e deverá estar no radar do BC, que tem a missão de controlar a inflação após o Governo ter abandonado a âncora fiscal.
Diante deste cenário, empresas de consumo e construção civil são deixadas de lado pelos investidores.
Por outro lado, as seguradoras e exportadoras podem aproveitar melhor o cenário de dólar e juros em alta.
Apesar da aversão ao risco, a temporada de balanços começou esta semana e os resultados das empresas estão vindo muito positivos, o que pode melhorar, de algum modo, a temperatura da nossa bolsa.
Gerdau (SA:GGBR4), Weg (SA:WEGE3), Santander (SA:SANB11) e Marfrig (SA:MRFG3) já reportaram balanços muito positivos e as elétricas estão reportando aumento de resultados, o que deve desencadear uma onde de revisões de recomendações e aumentar a procura dos investidores por papéis que se encontram “baratos”. Fique de olho.