Panorama de Mercado
Encerramos a semana com os mercados amedrontados frente uma nova recessão global devido a instabilidade causada pela guerra comercial entre China e EUA. Não apenas o Ibovespa, mas vários mercados internacionais apresentaram resultados negativos devido a divulgação de indicadores em várias parte do mundo comprovando os impactos danosos da guerra comercial. O principal fator que deixa os investidores em alerta são as medidas adotadas por diversos bancos centrais ao redor do mundo para estimular a economia, ainda assim os resultados têm sido abaixo das expectativas e também insuficientes para reanimar a atividade econômica. Eis que a tão temida inversão da taxa de juros nos EUA, onde a rentabilidade de títulos de curto prazo fica acima da rentabilidade dos de longo prazo, confirma o alerta. Desde 1955, todas as vezes em que essa inversão ocorreu houve uma recessão em seguida. Nosso mais importante índice acionário, o Ibovespa, fechou a semana com uma queda de mais de 4% acompanhando o cenário externo. Após flertar com os 99000 pontos na semana anterior, essa semana o índice fez mínima nos 98200 pontos. O Ibovespa fechou a semana abaixo dos 100000 pontos, o que não ocorria desde junho deste ano. Sendo assim, nosso índice fechou a semana na casa dos 99805.78 pontos e seu derivativo, fechou a semana em 100650 pontos.
No cenário nacional, não tem como não comentar o tombo que as ações da Oi (SA:OIBR4) levaram na semana. Os papéis da companhia chegaram a ser negociados abaixo de R$ 1. A derretida de quase 18% se deu devido especulações que a agência reguladora das telecomunicações do Brasil, a Anatel, poderia fazer uma intervenção na empresa. Isso porque os resultados divulgados no segundo trimestre foram assombrosos, com prejuízo bilionário e inclusive queima de caixa. Diante do cenário atual, a Anatel teme que a Oi não consiga manter suas operações e ocorra uma interrupção na telefonia fixa no país. A Anatel divulgou em nota oficial que não é verdade sobre a intervenção, mas isso não impediu que os papéis da companhia continuassem a se desvalorizar. No Congresso Nacional, as polêmicas do atual presidente, Jair Bolsonaro, não atrapalharam o calendário e avanços nas pautas a serem discutidas. Houve a aprovação da medida provisória de Liberdade Econômica, que tem como objetivo contribuir na facilitação do ambiente de negócios no Brasil. E a Reforma da Previdência volta a ser votada em setembro.
No mercado internacional, seguimos de olho na disputa comercial entre China e EUA e suas consequências. Essa semana Donald Trump aparentemente deu uma trégua ao adiar, o aumento da alíquota para importação de produtos eletrônicos chineses, de setembro para dezembro. Ainda assim Trump não deu o braço a torcer com esse respiro dizendo que esse adiamento é apenas para “salvar o Natal dos americanos”. Outro ponto no exterior que chamou atenção foi o caos do preço dos ativos argentinos após a derrota de Mauricio Macri nas eleições primárias para a Presidência do país.
A seguir, temos o fechamento de alguns ativos e índices:
Índice Bovespa – 99805.78 pontos;
Índice Futuro de IBOVESPA - 100650 pontos
Petrobras PN (SA:PETR4) – 23,91 reais
Vale do Rio Doce (F:VALE3) ON – 43,69 reais
Banco Itaú (SA:ITUB4) PN - 34,35 reais
Banco Bradesco (SA:BBDC4) PN – 33,27 reais
Ambev (SA:ABEV3) ON – 18,90 reais
Dólar Futuro – 4004.00 reais
Índice Dow Jones – 25886.01 pontos
Índice S&P 500 – 2888.68 pontos
O que esperar para próxima semana...
Iniciamos a semana com vencimento de opções sobre ações já na segunda-feira (19/08). Na quinta-feira (22/08) começa o Simpósio Anual de Política Monetária de Jackson Hole, organizado pelo Fed: o tema deste ano é “Desafios para a Política Monetária”, tema oportuno onde o Banco Central Americano pode anunciar medidas de alívio monetário frente a possibilidade de recessão global. Na sexta-feira (23/08) teremos discurso do presidente do FED, Jerome Powell, então todo cuidado é bem-vindo no horário da notícia.
Fique atento para esses eventos (três touros):
Tenham uma excelente semana.
Liora Vanessa
Este conteúdo visa ambientar/informar os investidores de uma forma simples sobre como o mercado tem se comportado, jamais devendo ser considerado como indicação de compra ou venda de qualquer ativo.