Tegma (SA:TGMA3) divulgou os resultados do 2T20 com queda de -61 por cento na receita líquida, com Ebitda negativo e prejuízo de -4 milhões de reais, números abaixo da expectativa do mercado.
Faz todo sentido. Tegma é uma empresa que ganha dinheiro transportando veículos 0Km das montadoras até as concessionárias (aproximadamente 90 por cento da receita).
O volume de veículos transportados caiu brutalmente (-73 por cento cento). E como já falamos antes, quem carrega o piano é a divisão de Logística Automotiva.
O pequeno destaque positivo para o crescimento (ainda que tímido) de +2 por cento da distância média por veículo (mais km, mais receita).
Tegma é uma cegonheira, logo, é natural que a companhia sofra com a queda na venda de automóveis novos. Além disso, Tegma sofreu bastante entre 2012 e 2014 com a péssima compra de uma empresa de logística para e-commerce.
Receita (marrom) e Ebitda (branco) Tegma. Fonte: Bloomberg.
A crise e a aquisição desastrosa fizeram a receita de Tegma cair -50 por cento e o Ebitda -60 por cento. Tegma teve denúncias e ainda responde a processos judiciais que a acusam de cartel.
Segundo a companhia, são apenas acusações. Mas desconfiamos que as margens de Tegma são altas demais para o negócio de logística.
O negócio principal de Tegma sempre foi altamente gerador de caixa e belo pagador de dividendos. Mas, a 6x Lucros, 10x Ebitda e com 6 por cento de dividend yield, Tegma não é cara, mas não é obviamente barata pelos riscos que apresenta.
No Investidor de Valor estamos de olhos abertos. Tegma ainda cai -28 por cento em 2020, mas por enquanto, com resultados piorando e economia ainda combalida, observamos apenas de longe.
Paciência é a melhor amiga do investidor de longo prazo.