É óbvio que o risco fiscal influencia a precificação do câmbio. Isso é uma boa parte do risco Brasil. Se estamos com uma imagem de orçamento e contas fora de controle, isso impacta na taxa de câmbio.
Estamos num momento em que há um aumento de fluxo de saída de recursos do país pela remessa de dividendos das empresas.
A decisão do Federal Reserve (Fed) afeta sim o Brasil, uma vez que haverá três aumentos de juros em 2022 nos EUA. O investidor obviamente vai colocar na balança a taxa de juros daqui, esses aumentos de Selic, mas também vai pesar a questão da solidez do país e confiabilidade no sistema financeiro.
Ano que vem teremos eleições, o que já estressa habitualmente o mercado de câmbio. E o BC já vendeu muitos dólares na tentativa de conter o câmbio e não está conseguindo.
Ontem foi um dia de ajustes. O dólar à vista chegou a ser vendido a R$ 5,7255, mas fechou em queda a R$ 5,6802. O Banco Central injetou moeda americana a vista no mercado: US$ 830 milhões.
O dólar no exterior também operou mais fraco. O mercado até demonstrou um pouco mais de apetite a risco com a notícia de redução de estímulos na economia americana que não surpreendeu.
O ambiente de câmbio para os emergentes deve continuar desafiador quando vier o primeiro aumento de juros nos EUA.
Em 2021 até o momento, o dólar já subiu 9,41%.