Fechamos uma semana mais curta pelos feriados, repercutindo a CPI da Covid na quarta-feira e a ASSERTIVA atuação da Doutora Luana Araújo que, parece, conseguiu dar maior clareza ao debate nacional sobre o combate à pandemia.
Foi um “tapa na cara” de muitos que ainda teimavam sobre tratamentos precoces e drogas daí recomendadas. Segundo ela, “tratamento precoce é estupidez. Seria como escolher a borda da terra plana a pular”.
Disse a médica que na medicina o tratamento à Covid era uma constante evolução e que este protocolo, no uso da cloroquina e da ivermectina, já havia se comprovado ineficaz, não fazendo sentido teimar por este caminho. Disse também que a tal “imunidade de rebanho” era ineficaz. No mundo, isso já era ponto pacificado. Disse, por fim, que a solução estava na vacinação em massa, assim como, o que todo o mundo vem fazendo, o isolamento social, uso de álcool gel e de máscaras. A maioria recorreu a este protocolo, com planos emergenciais periódicos de confinamento e depois, acelerando o plano de vacinação. Foi o que logrou resultado.
Muitos superaram a pandemia, agilizando a vacinação, não importa qual vacina, Jansen, Pfizer (NYSE:PFE) (SA:PFIZ34), Coronavac. Moderna (NASDAQ:MRNA) (SA:M1RN34), AstraZeneca (NASDAQ:AZN) (SA:A1ZN34), etc. Muitos se uniram também nas suas esferas de governo, e com a sociedade, e fizeram o que tinha que ser feito: negociar vacinas e agilizar no processo de aquisição. Coordenação e união entre os entes representativos foi algo essencial. Países, que transformaram o combate à pandemia em brigas políticas e picuinhas de poder, padeceram.
No Brasil, chegamos a 470 mil mortos, caminhamos céleres para 500 mil, sendo que muitas destas poderiam ter sido evitadas. Novos casos chegam a 83,4 mil e, sim, estamos ingressando na “terceira onda”, com a vacinação abarcando apenas 20% da população. Erros de diagnóstico e de execução ajudam a explicar este quadro. Só não somos o epicentro, porque a Índia se encontra em situação mais caótica, assim como aqui na América do Sul, a Argentina.
Nos mercados, o clima é de rali de alta e abertura de oportunidades de negócios. Empresas como Petrobras (SA:PETR4), PetroRio (SA:PRIO3), CSN (SA:CSNA3), estão preparando emissões de bonds para a captação de recursos no mercado. Tudo isso acontece num cenário de crescimento da economia, maior do que o esperado, chegando a 5% neste ano, dólar ”testando” o piso de R$ 5, juro em queda e bolsa rompendo recordes diários, devendo passar dos 130 mil pontos em breve.
No mercado cambial, o dólar operou em baixa na quarta-feira, rompendo o forte suporte de R$ 5,10. Ao longo do dia 02, chegou a recuar a R$ 5,06 no intraday, menor cotação desde 18 de dezembro de 2020, para fechar o dia a R$ 5,084, em queda de 1,2%. A contribuir para isso, o bom ambiente de negócios, com muitas empresas buscando captações externas e IPOs, assim como a melhoria do ambiente macro, embora a produção industrial de abril tenha vindo pior do que o esperado e a terceira onda siga rondando.
A produção industrial deu uma “derrapada” em abril, refletindo o atraso das vacinas e as indefinições do cenário político. Recuou 1,3% em abril contra março, terceira queda seguida (-4,4%), contra abril do ano passado, no entanto, avançando forte, +34,7% e no acumulado ao ano, +1,1%. Na comparação mensal foram 18, de 26 atividades, a recuarem, com destaque para Coque, derivados de petróleo e biocombustível, recuando 9,5%, e produtos alimentares (-3,4%). Dentre os oito em alta, indústria extrativa (+1,6%), máquinas e equipamentos (+2,6%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (+1,4%).
Pelas grandes categorias, duas tiveram queda: bens intermediários -0,8% e bens de consumo semi e não duráveis -0,9%. Na direção contrária, em alta, bens de capital +2,9% e bens de consumo duráveis +1,6%.
Mesmo com este “lapso” da indústria, o PIB crescente em 1,2% no primeiro trimestre, abre a possibilidade de um crescimento no ano próximo a 5%. No entanto, não resta dúvida que se o governo tivesse se antecipado, com o início da vacinação em massa à população economicamente ativa já no primeiro trimestre, a economia poderia vir a crescer mais de 6%, acompanhando os emergentes e o resto do mundo.
Voltando ao mercado, nas captações, a PetroRio deve anunciar uma emissão de bonds de cinco anos, com opção de recompra em três anos, no total em torno de US$ 500 milhões; a CSN pretende captar entre US$ 500 milhões e US$ 750 milhões e a captação da Petrobras pode chegar a US$ 2 bilhões, mas com cláusula de recompra de títulos.
A contribuir para isso, também, o bom momento do País, com a perspectiva de privatização da Eletrobras (SA:ELET3) e avanços na reforma tributária, que devem “puxar” outras, como a administrativa. Na MP da Eletrobras, todos sabemos o prazo, bem curto, até o dia 22, quando depois, a MP perde a validade e aí tudo a recomeçar.
Na bolsa de valores, mesmo com algumas incertezas no horizonte, como a crise hídrica, riscos fiscais e a “terceira onda” do Covid, recordes diários seguem ocorrendo, com a B3 (SA:B3SA3) no sexto pregão de alta. A contribuir para isso, as commodities em alta, o PIB crescendo mais do que o esperado e o cenário fiscal melhorando, mesmo que “na margem”. Ao fim da quarta-feira o Ibovespa registrou alta de 1,03%, a 129.601 pontos, e giro financeiro de R$ 40,65 bilhões.
Por fim, no mercado de juro futuro, a ponta curta operou em alta forte, pela antecipação do ciclo de elevação da Selic, com as pontas intermediárias e longas em queda.
Nesta sexta-feira (dia 06), todos de olho no mercado americano, o payroll e a taxa de desemprego de maio.