Após o “crush” dos mercados em setembro, outubro parece ganhar um ímpeto renovado desde sua primeira sessão, com forte correção nas Treasuries, recuperação de commodities e tudo apesar da total indefinição do cenário.
A “desculpa” da vez se galga na percepção de que os juros americanos criaram um todo, dado o cenário preconizado pelo Federal Reserve em suas comunicações e que, portanto, os ajustes agora favoreceriam o apetite pelo prêmio de maior risco.
O problema deste cenário é literalmente não combinar com a realidade, pois apesar de retomar o ânimo dos investidores em nível global, não coaduna com o fato da inflação ao atacado na Zona do Euro ter atingido 43,3% em 12 meses, sem nenhum precedente na história do bloco, com alta de 5% ao mês.
Resultado basicamente da disparada do custo de energia, em consequência da invasão russa à Ucrânia e da estratégia de Moscou de explorar a dependência europeia de seu gás para lutar contra as sanções impostas pelo ocidente.
Nos EUA, a série de dados ruins de PMIs e do mercado imobiliário podem reforçar a visão de um pico de juros, porém os núcleos inflacionários de todos os índices divulgados em setembro contam uma história ainda perigosa, ao registrarem resultados acima das projeções médias do mercado.
Não é que não devamos aproveitar a onda de bom humor do mercado, porém, deve-se “surfar tal onda bonita”, sabendo-se que podem ser curtas, que a ressaca ainda não acabou e pode criar “ondas” muito pesadas.
Por aqui, os ativos passaram pela eleição como um catalisador do movimento global, pois tanto a ida ao segundo turno, como a disputa mais apertada cria um cenário em que a busca por um centro político de ambos os lados se torna uma necessidade e uma realidade de agora em diante.
Novamente, em tal cenário, o ajuste foi curto e intenso, onde o candidato do PT perdeu uma pretensa chancela que teria para adotar os planos não tão democráticos, caso eleito anteontem.
Na sessão de hoje, além da continuidade do bom humor, com bolsas, moedas de emergentes e commodities em alta, a agenda reserva pedidos às fábricas, de bens duráveis e de capital nos EUA, além do dado JOLTS de emprego.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, no pretenso cenário de pico de juros nos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, seguindo o forte bom humor em NY e o sinal do RBA de pico nos juros, confluentes com o contexto atual do mercado e feriado na China.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, com destaque ao paládio e à prata.
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, pela possibilidade de corte de produção por parte da OPEP+ em um milhão de barris dia.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -3,32%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1711 / -4,48 %
Euro / Dólar : US$ 0,99 / 0,550%
Dólar / Yen : ¥ 144,67 / 0,145%
Libra / Dólar : US$ 1,14 / 0,362%
Dólar Fut. (1 m) : 5202,00 / -3,78 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,58 % aa (-0,28%)
DI - Janeiro 24: 12,73 % aa (-0,43%)
DI - Janeiro 26: 11,29 % aa (-1,70%)
DI - Janeiro 27: 11,30 % aa (-2,08%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 5,5415% / 116.135 pontos
Dow Jones: 2,6645% / 29.491 pontos
Nasdaq: 2,2676% / 10.815 pontos
Nikkei: 2,96% / 26.992 pontos
Hang Seng: -0,83% / 17.080 pontos
ASX 200: 3,75% / 6.699 pontos
ABERTURA
DAX: 3,089% / 12586,67 pontos
CAC 40: 3,254% / 5982,70 pontos
FTSE: 1,753% / 7029,68 pontos
Ibov. Fut.: 5,63% / 116728,00 pontos
S&P Fut.: 1,70% / 3753 pontos
Nasdaq Fut.: 1,863% / 11526,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,95% / 113,82 ptos
Petróleo WTI: 0,87% / $84,36
Petróleo Brent: 1,00% / $89,75
Ouro: 0,51% / $1.710,39
Minério de Ferro: 1,46% / $93,60
Soja: 0,38% / $1.378,75
Milho: 0,37% / $683,25
Café: 1,14% / $218,25
Açúcar: 0,29% / $17,49