O mercado independente de suíno teve dois momentos distintos em novembro. Na primeira quinzena do mês, os preços do animal vivo seguiram em movimento de alta na maioria das praças acompanhadas pelo Cepea, influenciados pela oferta reduzida de suínos em peso ideal para abate e pela forte demanda da indústria, principalmente por conta das aquecidas exportações de carne suína. Assim, na primeira metade do mês, o suíno vivo teve média de R$ 9,73/kg na região de SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo, Sorocaba) e de R$ 10,12/kg no Oeste Catarinense.
Já na segunda quinzena de novembro, o movimento de alta nos preços do vivo, que vinha sendo observado desde junho, foi interrompido. A pressão veio da oferta que acabou ficando acima da demanda. No geral, enquanto a produção vinha se recuperando, resultando em até mesmo “sobras” em algumas granjas, a demanda se enfraqueceu, como geralmente acontece nesse período do mês, quando o poder de compra da população diminui. Na segunda quinzena de novembro, os valores médios do animal vivo caíram para a R$ 9,31/kg em SP-5 e para R$ 9,37/kg no Oeste Catarinense, respectivas quedas de 4,29% e de 7,4%, quando comparados com os da primeira metade do mês. Apesar das baixas no fim do mês, a média de novembro ainda esteve acima da observada em outubro. Na região de SP-5, a média foi de R$ 9,50/kg, avanço de 6,4% frente à do mês anterior. No Oeste Catarinense, a valorização foi de 10,3% no mesmo período, a R$ 9,70/kg. Em ambas regiões, estas médias foram recordes reais da série histórica do Cepea, iniciada em março de 2002 e deflacionada pelo IGP-DI de novembro/20.
Com relação aos cortes e carcaças, o movimento foi o mesmo que o observado para o suíno vivo. E, com a proximidade do fim do ano, a redução da procura deixou o setor em alerta. Tradicionalmente, os meses de novembro e dezembro são marcados por aquecimento nas vendas, tendo em vista que muitos agentes fazem estoques para as vendas de Natal. Ainda assim, a média de preços das carcaças em novembro superou a de outubro. A carcaça especial, negociada no atacado da Grande São Paulo, se valorizou 7,9%, indo para R$ 13,71/kg, e a carcaça comum, 6,9%, a R$ 12,98/kg. Agentes de redes atacadistas e varejistas relatam dificuldades em vender produtos suinícolas no mercado doméstico, devido aos preços elevados e a demanda interna enfraquecida – vale lembrar que os impactos econômicos gerados pela pandemia de covid-19 reduziram o poder de compra da população. No mercado de cortes, em novembro, o carré se valorizou 10,5% na média das regiões do estado de São Paulo, indo para R$ 14,94/kg. O lombo foi negociado a R$ 17,53/kg na média mensal, aumento de 9,5% no mesmo período.