Você provavelmente ouviu algum empresário ou mesmo um conhecido reclamar do custo do crédito no Brasil em algum momento. Muita gente não sabe, mas esta indústria é uma das grandes responsáveis por fazer a “roda girar” em qualquer economia do mundo. É por meio dela que, na maioria das vezes, as empresas investem e geram empregos. Contudo, por aqui, o cenário é um pouco complicado na comparação com outros países. Ainda assim, abre oportunidades para investidores e é sobre isso que falaremos no artigo de hoje.
Em primeiro lugar, vale uma breve contextualização baseada em dados. Alguns números do Banco Central mostram que mais de 60% do crédito para pessoa jurídica em 2019 estava concentrado nas carteiras dos cinco maiores bancos brasileiros.
No caso das pessoas físicas, a concentração é de quase 80%. De um modo geral, a participação dos bancos nesse mercado no Brasil é de mais de 90%. Em outros países e regiões como, por exemplo, União Europeia, Estados Unidos, Austrália e Canadá, esta concentração varia entre 34% e 72%.
O problema deste cenário é um mercado protegido pelos grandes players, o que configura um oligopólio capaz de controlar o custo do crédito no país. Quando isto ocorre, há uma tendência de estagnação na economia como um todo por conta das dificuldades encontradas pelos empresários na obtenção de capital.
Mas, foi justamente por conta desta concentração excessiva que começaram a surgir alternativas com as fintechs e o mercado financeiro começou a ganhar popularidade. No primeiro caso, há ainda um longo caminho a ser percorrido visto que trata-se de um processo embrionário.
No segundo, diversas soluções têm sido criadas por assets e casas de investimentos para oferecer novos caminhos para as empresas. CRIs, CRAs, FIDCs, FIPs, Debêntures e outros têm ajudado muitos a fugir deste oligopólio.
Além do mais, os investidores também têm a ganhar com este cenário na medida em que podem alocar seus recursos em classes menos voláteis. Porém, este é um fator que pode ser controlado a depender do modelo de gestão adotado.
De forma resumida, o que eu quero dizer é que as dificuldades geradas pelos grandes bancos para dar crédito de modo geral têm fomentado outros mercados. Negócios que antes não podiam acessar capital, agora podem e investidores que antes não tinham acesso a determinados produtos, agora têm.
Por fim, para investir nessas classes, o caminho é buscar fundos e modalidades como CRIs, CRAs e Debêntures, por exemplo.
Vale ressaltar que a estruturação de uma carteira que equilibre a relação de risco x retorno é fator fundamental para ganhos consistentes ao longo do tempo. E a receita para isso chama-se diversificação.
Se você ainda tem dúvidas e este tipo de investimento gera insegurança, comece devagar. Busque a ajuda de uma gestora ou profissional do mercado financeiro para fazer os primeiros aportes. Entenda o processo e a economia. Esta é uma boa receita para preservar e aumentar o seu patrimônio no longo prazo. Pense nisso!