Enquanto sojicultores brasileiros têm reduzido as vendas do grão, a demanda da indústria pela oleaginosa está elevada, já que seus estoques estão baixos. Segundo pesquisadores do Cepea, a procura por derivados, por sua vez, também está aquecida, cenário que tem impulsionado os preços do farelo e do óleo de soja. Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os valores do farelo de soja subiram 1,4% entre 5 e 12 de maio. Para o óleo de soja, o avanço foi de 1,1%, a R$ 2.499,67/tonelada (posto na cidade de São Paulo com 12% de ICMS) na sexta-feira, 12. Pesquisadores do Cepea indicam que a retração nas vendas por parte de sojicultores se deve à queda na paridade de exportação do grão, que torna as negociações externas menos atrativas. Assim, produtores brasileiros mostram maior interesse em deixar o grão armazenado para comercializar no segundo semestre, com expectativa de que a janela de exportação da oleaginosa seja maior nesta temporada. Entre 5 e 12 de maio, o Indicador CEPEA/ESALQ Paraná cedeu 2,2%, a R$ 63,47/sc de 60 kg na sexta. O Indicador Paranaguá ESALQ/BM&FBovespa finalizou a R$ 68,11/sc de 60 kg no dia 12,mrecuo de 2,3% em relação à sexta anterior.
MILHO: COTAÇÕES VOLTAM A CAIR NO BR
Os preços do milho voltaram a se enfraquecer na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea, inclusive em Campinas (SP), onde a demanda vinha sustentando as cotações. Conforme pesquisadores do Cepea, esse cenário esteve relacionado ao baixo ritmo de negociação no mercado spot nacional. Vendedores estão retraídos do mercado, aguardando melhores condições de negociação, fundamentados na perspectiva de aumento nas exportações no segundo semestre. Do lado comprador, muitos realizam pequenas aquisições apenas para o abastecimento de curto prazo, à espera da entrada do milho segunda safra. Além disso, as estimativas de produção nacional foram reajustadas positivamente na semana passada tanto pela Conab quanto pelo USDA. Na região de Campinas (SP), a oferta se sobrepôs à demanda e os preços também caíram. De 5 a 12 de maio, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa recuou 0,6%, a R$ 28,09/saca de 60 kg na sexta-feira, 12.
MANDIOCA: COM AVANÇO DA SAFRA, PREÇOS RECUAM
As cotações da mandioca diminuíram na última semana, refletindo a maior oferta decorrente do período de safra. Entre 8 e 12 de maio, o valor médio nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 465,66 (R$ 0,8098 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), 2,3% abaixo da anterior, mas ainda 42% acima da média do mesmo período do ano passado (valores atualizados pelo IGP-DI de abril/17). Diante da menor disponibilidade de mandioca de 2 ciclos, produtores estão optando pela colheita e comercialização de raízes mais novas, inclusive abaixo de um ciclo.
MELÃO: OFERTA REDUZIDA E MAIOR QUALIDADE ELEVAM PREÇO NO ATACADO
Apesar da demanda enfraquecida, as cotações do melão tiveram ligeira alta na Ceagesp na última semana. Segundo atacadistas consultados pelo Hortifruti/Cepea, o volume ofertado diminuiu e qualidade das frutas disponíveis aumentou, principalmente daquelas vindas do Vale (SA:VALE5) do São Francisco (BA/PE). Nesse cenário, entre 8 de 12 de maio, o melão amarelo tipo 6 e 7 foi vendido, em média, a R$ 24,14/cx de 13 kg na Ceagesp, valor 3% maior que a da semana anterior. Com as temperaturas mais baixas, contudo, o ritmo de comercialização da fruta esteve reduzido na capital paulista, o que limitou as altas dos preços.