Os valores da soja subiram no mercado brasileiro nos últimos quatro dias úteis, refletindo a alta externa (devido a estimativas de menor produção e estoque final nos Estados Unidos e à queda do dólar frente a uma cesta de moedas, o que tornou o produto norte-americano atrativo aos importadores). Ainda assim, segundo pesquisadores do Cepea, o preço nacional segue o menor desde maio de 2015, por conta das expectativas de safra recorde no Brasil e da demanda interna enfraquecida. A média ponderada dos valores da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ, foi de R$ 70,81/sc 60 kg na primeira quinzena de janeiro, recuo de 5,2% frente a dezembro e de 9,8% em relação ao mesmo período do ano passado. No mesmo período, a média do Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&FBovespa, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no porto de Paranaguá (PR), foi de R$ 75,09/saca de 60 kg, 4,3% menor que no mês passado e 13,3% abaixo da observada há um ano.
MANDIOCA: PROCURA ELEVADA E MENOR DISPONIBILIDADE IMPULSIONAM VALORES
Os preços da mandioca subiram na última semana em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Além da maior demanda industrial, com a retomada do processamento por fecularias e farinheiras, a oferta de raiz continua reduzida, devido à falta de lavouras de segundo ciclo em boa parte das regiões acompanhadas. Esse cenário resultou em disputa pelo produto, impulsionando as cotações. Entre 9 e 13 de janeiro, o preço médio a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia ficou em R$ 522,66 (R$ 0,9090 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), 5,8% maior que o da semana anterior e 154,5% acima do observado no mesmo período de 2016, em valores nominais.
MILHO: MAIOR OFERTA E DEMANDA REDUZIDA PRESSIONAM INDICADOR EM 10%
O mercado brasileiro de milho inicia 2017 com fortes quedas de preços. Segundo pesquisadores do Cepea, a proximidade da colheita da safra verão tem levado muitos produtores a ofertar maiores volumes do cereal, dada a necessidade de liberar espaço nos armazéns. Ao mesmo tempo, compradores continuam sem muito interesse em adquirir grandes lotes. As exportações, como esperado, seguem sem sinal de recuperação, reforçando a pressão sobre as cotações internas. Na região de Campinas (SP), base para o Indicador ESALQ/BM&FBovespa, as quedas foram ainda mais acentuadas. Além de compradores locais estarem abastecidos, houve maior disposição de produtores paulistas, que vinham segurando seus estoques à espera de preços superiores, em negociar. Entre 6 e 13 de janeiro, o Indicador cedeu 5,8%, fechando a R$ 34,17/saca de 60 quilos na sexta-feira. Na parcial de janeiro (até o dia 13), o recuo é de significativos 10,5%.