Os preços internos da soja em grão estão nos menores patamares reais dos últimos cinco anos. Considerando-se a média da parcial de março (até o dia 17), o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&FBovespa está em R$ 71,61/saca de 60 quilos. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná também está no patamar mais baixo desde 2012, em R$ 66,36/sc. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão vem do ritmo intenso de colheita no Brasil, da recente desvalorização do dólar frente ao Real e do fraco movimento nas vendas internas de farelo e óleo de soja. Apesar dos menores patamares, ainda há produtores cautelosos, restringindo o volume ofertado, na expectativa de alta da moeda norte-americana e de aumento na demanda externa. Além disso, esses vendedores estão à espera de dados sobre a área a ser cultivada com soja nos Estados Unidos.
MILHO: INDICADOR ACUMULA QUEDA DE 4% NA PARCIAL DO MÊS
O Indicador ESALQ/BM&FBovespa do milho (referência região de Campinas – SP) acumula queda de 4% na parcial de março (até o dia 17), fechando a R$ 34,64/saca de 60 kg nessa sexta-feira. Segundo pesquisas do Cepea, o avanço da colheita da safra verão e as boas expectativas para a segunda safra permanecem como principais fatores de pressão. O ritmo de negócios, por sua vez, tem variado entre as regiões consultadas pelo Cepea. Enquanto em algumas praças se observa maior disposição de vendas imediatas, como no Paraná, noutras, produtores ainda aguardam uma recuperação dos preços, fundamentados no baixo estoque de consumidores, que, desde o segundo semestre do ano passado, seguem retraídos, realizando compras pontuais.
MANDIOCA: COM OFERTA RESTRITA, PREÇOS DA MANDIOCA SEGUEM ELEVADOS
A oferta de mandioca continuou baixa em todas as regiões pesquisadas pelo Cepea. Na contramão, a demanda industrial tem crescido, cenário que resulta em disputa pela raiz, principalmente pelas farinheiras. Neste cenário, o valor médio a prazo para a tonelada da mandioca posta fecularia foi de R$ 548,23 (R$ 0,9534/grama de amido), alta de 2,2% frente à semana anterior. Em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de fevereiro/16), a média desta semana superou em 59,5% a de igual período do ano passado.
MELANCIA: COTAÇÕES DE MELANCIA BATEM RECORDE NO ATACADO
Os preços da melancia na Ceagesp seguiram em alta entre 13 a 17 de março, atingindo o maior patamar recorde (em termos nominais) desde o início do levantamento do Hortifruti/Cepea, em novembro de 2014. A melancia graúda (>12 kg) teve média de R$ 1,88/kg, avanço de 17,5% na comparação com a semana anterior. Algumas vendas, contudo, atingiram o patamar de R$ 2,00/kg. A alta está atrelada principalmente à baixa oferta nas principais regiões ofertantes, como Teixeira de Freitas (BA), Marília e Oscar Bressane (SP). Por outro lado, a demanda foi mais fraca nos últimos dias, devido às chuvas durante semana na capital paulista, segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea. Além disso, os altos preços tendem a diminuir o consumo. Para os próximos sete dias, está previsto aumento da oferta no interior paulista, o que pode pressionar as cotações da fruta.