Os preços da soja em grão e dos derivados tiveram novas quedas nos últimos dias, refletindo estimativas de ofertas recordes tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. No entanto, dados indicando aumento da demanda amenizaram as desvalorizações. Diante das recentes quedas, sojicultores brasileiros estão retraídos, negociando apenas pequenos lotes pontuais. Conforme pesquisadores do Cepea, muitos têm mostrado preferência por comercializar o volume remanescente da safra 2015/16 apenas nos primeiros meses de 2017, fundamentados na possibilidade de os preços estarem mais atrativos nesse período, como ocorreu em anos anteriores. Vale (SA:VALE5) ressaltar, porém, que o adiantamento do cultivo pode impedir que isso aconteça. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ, fechou em R$ 73,20/saca 60 kg na sexta-feira, 14, queda de 1,4% em sete dias. O Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&FBovespa, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no porto de Paranaguá (PR), fechou a R$ 75,81/saca de 60 kg também na sexta, recuo de 1,5% no mesmo período.
Milho: Comprador se retrai e reduz liquidez no BR
Compradores nacionais de milho se afastaram do mercado spot na última semana. Muitos estão na expectativa de queda nos valores nestes últimos meses de 2016, atentos ao recuo expressivo das exportações brasileiras. Já vendedores se mantêm firmes nos preços, sem necessidade de “fazer caixa” no momento, cenário que reduz a liquidez doméstica. No geral, ainda se verificam movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea. Até mesmo numa única praça os valores chegam a oscilar entre os mercados de balcão e de lotes, preponderando os fundamentos regionais nas negociações. Esse contexto mostra que o mercado segue indefinido. Entre 7 e 14 de outubro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) caiu 0,36%, fechando a R$ 43,48/saca de 60 kg na sexta-feira, 14.
Mandioca: Com baixa disponibilidade, valores sobem 7%
A baixa oferta de mandioca já era prevista para o último trimestre de 2016, devido à menor área cultivada em 2014 e 2015 e à antecipação da colheita durante este ano. A cada semana, há menos lavouras de segundo ciclo disponíveis nas regiões acompanhadas pelo Cepea. Entre 10 e 14 de outubro, a quantidade de mandioca processada pelas fecularias foi de 15,8 mil toneladas, 25% abaixo da semana passada. A demanda, por sua vez, seguiu firme na última semana, mantendo os preços em patamares elevados e com valorizações expressivas. Assim, o valor médio a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia ficou em R$ 540,66 (R$ 0,9403 por grama de amido na balança hidrostática), 7% acima da média anterior. Nas últimas quatro semanas, a alta acumulada foi de 36,2% em valores nominais.