O Brasil começou 2017 com maior competitividade nas transações internacionais, principalmente no mercado de farelo de soja. Segundo pesquisadores do Cepea, a retração de parte dos vendedores argentinos (devido às incertezas sobre o tamanho da safra daquele país), os valores elevados do derivado nos Estados Unidos e os consequentes baixos prêmios e preços ofertados no Brasil atraíram importadores para o mercado nacional. Mesmo com a maior demanda externa, as cotações domésticas do derivado em janeiro caíram para os menores patamares reais desde abril/16, de acordo com dados do Cepea, refletindo as expectativas de safra brasileira recorde, o consumo interno enfraquecido e a desvalorização do dólar frente ao Real. No mercado brasileiro, os preços do farelo de soja caíram 4% entre dezembro/16 e janeiro/17 e fortes 25% em um ano, em termos reais, na média das praças acompanhadas pelo Cepea.
MILHO: RECUO COMPRADOR E MELHORA DO CLIMA MANTÊM VALORES EM QUEDA
Compradores estão retraídos do mercado, pressionando as cotações do milho, à espera do avanço da colheita do cereal e da maior entrada de volume nas próximas semanas. Além disso, pesquisadores do Cepea indicam que a melhora do clima em algumas localidades permitiu a retomada das atividades de campo. Como resultado, os preços do cereal tiveram novas quedas nos últimos dias, caindo inclusive no mercado paulista, que havia reagido na semana anterior. Entre 27 de janeiro e 3 de fevereiro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (referência Campinas – SP) recuou 0,6%, fechando a R$ 35,96/saca de 60 kg na sexta-feira, 3. Conforme pesquisadores do Cepea, a pressão no mercado paulista foi reforçada, ainda, pela maior entrada de milho de outros estados, principalmente de Mato Grosso do Sul, a preços competitivos, situação que deve ser cada vez mais rara nos próximos meses, dados os reduzidos estoques do Centro-Oeste e a preferência pela negociação da soja.
MANDIOCA: PREÇO SOBE 172% EM UM ANO E ATINGE RECORDE NOMINAL
As cotações de mandioca estão em alta no mercado doméstico, atingindo, na última semana, o maior patamar nominal já registrado pelo Cepea desde o início da série, em 2002. A disponibilidade de raiz de segundo ciclo continua baixa e produtores não têm demonstrado interesse pela colheita da mandioca de um ciclo e meio. Além disso, chuvas frequentes dificultaram o avanço dos trabalhos em algumas regiões, ao mesmo tempo em que a demanda industrial seguiu firme. Nesse cenário, entre 30 de janeiro e 3 de fevereiro, a média semanal a prazo foi de R$ 693,02/tonelada posta fecularia (R$ 1,0313 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), 1,2% acima da média do período anterior e 172% maior na comparação com o mesmo período do ano passado.