O bom desempenho das exportações brasileiras de soja tem contribuído para limitar as quedas nos preços internos da oleaginosa. No primeiro trimestre, saíram dos portos nacionais 13,4 milhões de toneladas do grão, aumento de 24% em relação ao mesmo período de 2016 e o maior volume para o intervalo, conforme dados da Secex. Segundo pesquisas do Cepea, no mercado doméstico, a pressão continua vindo dos recordes de produção e excedente, além dos prêmios de exportação e da taxa de câmbio, que cederam nas últimas semanas em intensidade maior que os valores externos. Na sexta-feira, 7, o Indicador Paranaguá ESALQ/BM&FBovespa, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), fechou a R$ 64,43/saca de 60 kg, baixa de 3,46% em relação à sexta anterior. Na média ponderada dos valores no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ, a baixa foi de 2,85% no mesmo período, a R$ 59,98/sc de 60 kg na sexta.
MILHO: QUEDA DE PREÇOS ELEVA COMPETITIVIDADE DO GRÃO NO MERCADO EXTERNO
As fortes quedas nos preços internos do milho têm elevado a competitividade do cereal brasileiro no mercado externo, segundo pesquisas do Cepea. Com as cotações na BM&FBovespa (SA:BVMF3) próximas dos patamares da Bolsa de Chicago (CME Group), o interesse de importadores em adquirir o grão nacional vem crescendo. O número de negócios efetivados, porém, ainda é limitado pela resistência vendedora. Pesquisadores do Cepea indicam que maiores exportações nesse momento amenizariam o elevado excedente interno, podendo, ainda, contribuir para sustentar as cotações domésticas no segundo semestre, com a chegada efetiva da segunda safra brasileira. Por enquanto, as cotações do cereal seguem pressionadas no spot brasileiro, refletindo a maior disponibilidade do cereal no curto prazo. Nessa sexta-feira, 7, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (referência Campinas – SP) fechou a R$ 28,14/saca de 60 kg, queda de 6,6% em relação à sexta anterior e o menor valor nominal desde 28 de agosto de 2015.
ALFACE: CLIMA PREJUDICA AMERICANA E PREÇOS DISPARAM EM SP
Com as chuvas das últimas semanas e as grandes oscilações de temperatura em um mesmo dia, produtores de São Paulo enfrentam problemas na produção de alface americana. Segundo pesquisadores do Hortifruti/Cepea, as folhosas apresentam malformação, o que levou a muitos descartes e afetou diretamente a oferta, impulsionando os preços da variedade. Em Ibiúna (SP), entre 3 e 7 de abril, a média de comercialização da americana foi de R$ 12,50/cx com 20 unidades, expressivo aumento de 54% em relação à semana anterior. Colaboradores do Hortifruti/Cepea acreditam que a disponibilidade de alface deve seguir baixa nas próximas semanas, já que há previsão de nova frente fria para as regiões produtoras do estado. Os preços, contudo, não devem permanecer altos por muito tempo, já que em dias mais frios as vendas de folhosas costumam diminuir significativamente.
MANDIOCA: RITMO DE COLHEITA É INTENSIFICADO E PREÇOS CAEM
Mesmo com a baixa disponibilidade de raízes de segundo ciclo em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, produtores intensificaram o ritmo de colheita de mandioca. Quanto aos preços, apesar da queda nas cotações neste início de safra, ainda são considerados atrativos aos mandiocultores. Entre 3 e 7 de março, o valor médio a prazo para a tonelada da mandioca posta fecularia foi de R$ 532,76, queda de 4% frente à da semana anterior, mas 46% acima do mesmo período de 2016, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de março/17). Ao mesmo tempo em que a oferta está aumentando, um considerável número de empresas estiveram paradas no período, pois optaram pela diminuição da moagem, devido à baixa liquidez no mercado de derivados.