A firme demanda por farelo e óleo de soja, a taxa cambial atrativa aos vendedores brasileiros e o atraso na colheita de soja na Argentina têm motivado novas negociações envolvendo derivados no Brasil. Segundo pesquisadores do Cepea, a disputa por farelo de soja entre os mercados nacional e o internacional está maior, o que elevou os preços domésticos do derivado. Importadores foram atraídos para o Brasil, devido à menor oferta na Argentina, uma vez que o excesso de umidade tem dificultado a colheita e afastado vendedores do mercado daquele país. A procura por óleo de soja também está aquecida, especialmente pelo setor de biodiesel, enquanto a oferta está reduzida. Quanto à soja em grão, a comercialização está mais enfraquecida no mercado spot, mas alguns produtores já começam a mostrar interesse em comercializar a safra 2017/18. Apenas alguns lotes têm sido negociados no mercado brasileiro, visto que vendedores estão na expectativa de preços maiores nas próximas semanas, fundamentados na firme demanda por derivados e no dólar mais elevado.
MILHO: COLHEITA DA 2ª SAFRA COMEÇA NO BR; RETRAÇÃO VENDEDORA LIMITA QUEDAS
A colheita da segunda safra de milho começou no Brasil nos últimos dias, mas o maior volume ainda não se refletiu em forte queda nos preços do cereal, principalmente devido à resistência de vendedores em aceitar valores abaixo de seus pedidos. Conforme pesquisadores do Cepea, esses agentes estão mais interessados em comercializar com exportadores, especialmente para entrega no segundo semestre. Em Campinas (SP), no entanto, a pressão compradora foi sentida com mais força. Demandantes seguem consumindo seus estoques e se mantêm firmes em suas posições, fator que levou o Indicador ESALQ/BM&FBovespa a recuar 3% de 19 a 26 de maio, fechando a R$ 27,23/sc de 60 kg na sexta-feira, 26.
MANDIOCA: PREÇO CAI E PRODUTORES REDUZEM ENTREGAS
Os preços da mandioca estão em queda em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, refletindo o avanço da colheita. Em algumas regiões, no entanto, as atividades de campo foram prejudicas devido às chuvas. Entre 22 e 26 de maio, o valor médio a prazo da tonelada da mandioca posta fecularia foi de R$ 445,70 (R$ 0,7751 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), queda de 1,4% frente à anterior.
BANANA: COTAÇÃO DA PRATA CAI PARA O MENOR PATAMAR DO ANO
Apesar da oferta moderada, as cotações da banana prata pagas ao produtor estão em queda em todas as regiões produtoras consultadas pelo Hortifruti/Cepea, devido à concorrência com a nanica – cuja oferta está elevada e os preços, baixos no mercado interno. Na última semana, as cotações da prata anã de Bom Jesus da Lapa (BA), Delfinópolis (MG) e do Vale (SA:VALE5) do São Francisco (PE/BA) caíram para os menores patamares do ano, inclusive abaixo dos observados no mesmo período de 2016 (de janeiro a maio). Entre 22 e 26 de maio, a banana prata foi comercializada a R$ 1,24/kg em Bom Jesus da Lapa, valor 7% menor que o da semana anterior. Em Delfinópolis, a média fechou a R$ 1,40/kg, queda de 13% na mesma comparação. No Vale do São Francisco, por sua vez, o média da prata foi de R$ 1,27, 14% menor. A maior queda da semana foi observada no norte de Santa Catarina, que fechou com média de R$ 1,19/kg, desvalorização de 12%.