Os preços da soja estão em alta, tanto no mercado doméstico quanto no internacional. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário está atrelado às valorizações do óleo de soja na Bolsa de Chicago, que, por sua vez, refletem a possibilidade da imposição de tarifas de importação por parte dos Estados Unidos sobre o biodiesel da Argentina e da Indonésia, o que poderia favorecer a produção de biodiesel dentro dos EUA e, consequentemente, elevar a demanda por óleo de soja. Mesmo assim, segundo colaboradores do Cepea, a receita obtida pelas indústrias nacionais com o esmagamento da oleaginosa continuam apertadas (ou até mesmo negativas). Entre 18 e 25 de agosto, o Indicador da soja ESALQ/BM&FBovespa Paranaguá permaneceu praticamente estável (+0,04%), a R$ 69,51/sc de 60 kg na sexta-feira, 25. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná também permaneceu estável no período, fechando a R$ 63,72/sc de 60 kg na sexta. Quanto ao óleo de soja, os valores avançaram 1,9% na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, a R$ 2.672,91/tonelada (posto na cidade de São Paulo com 12% de ICMS) no dia 25.
MILHO: COM MAIOR DISPONIBILIDADE, PREÇO CAI EM SP; OUTRAS REGIÕES TÊM ALTA
Os preços do milho têm apresentado comportamentos divergentes entre as regiões acompanhadas pelo Cepea. O avanço da colheita em São Paulo elevou a oferta e pressionou as cotações nas praças paulistas, enquanto que o recuo de vendedores tem sustentado os preços em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Paraná. Em Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa fechou a R$ 26,94/saca de 60 quilos na sexta-feira, 25, expressiva queda de 3,6% frente ao dia 18.
MANDIOCA: MAIOR OFERTA E DEMANDA ENFRAQUECIDA PRESSIONAM VALORES
A interrupção das chuvas na última semana permitiu a retomada das atividades de campo em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Segundo colaboradores, a maior parte dos produtores priorizou a colheita, devido aos bons patamares dos preços pagos pela raiz e à necessidade de caixa e de liberação de áreas, cenário que elevou a oferta às indústrias. A demanda por derivados, por sua vez, esteve enfraquecida, levando a indústria a aumentar a pressão sobre as cotações da matéria-prima. Assim, o preço médio semanal a prazo para a tonelada da mandioca posta fecularia foi de R$ 494,31 (R$ 0,8597 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg) entre 21 e 25 de agosto, queda de 5,4% frente à média do período anterior.
MAMÃO: FORMOSA SE VALORIZA 40% NO OESTE DA BA
Os preços do mamão voltaram a subir, impulsionados pela redução da oferta nas regiões produtoras. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, esse cenário está atrelado às temperaturas, que atrasaram a maturação da fruta e retardaram a finalização dos cachos. Entre 21 e 25 de agosto, a variedade de mamão mais valorizada foi a formosa, que teve média de R$ 0,73/kg no Oeste da Bahia, alta de 40% frente à da semana anterior. No atacado, as cotações da variedade aumentaram 45% na mesma comparação. Para o havaí, contudo, as altas foram limitadas pelas baixas temperaturas, principalmente na cidade de São Paulo.