Os preços da soja se enfraqueceram nos últimos dias, mas seguem em patamares bastante elevados. O Indicador da soja ESALQ/BM&FBovespa (Paranaguá – PR) fechou a R$ 100,07/saca de 60 kg na quinta-feira, 9, queda de 1,13% na parcial de abril. Agentes consultados pelo Cepea indicam que as quantidades de soja das safras 2019/20 e 2021/21 já comercializadas são recordes, quando considerado esse mesmo período de temporadas anteriores. Como o produtor brasileiro se capitalizou logo no início desta safra, agora não mostra preocupações em negociar grandes lotes – até porque, com o dólar acima de R$ 5,00, as commodities brasileiras continuam atrativas aos importadores. Além disso, a China – principal importadora mundial da oleaginosa – deve seguir com a demanda aquecida. Com as atividades econômicas voltando ao normal no país asiático, certamente o consumo de alimentos deve crescer.
MILHO: COM BAIXA PROCURA E DESVALORIZAÇÃO INTERNACIONAL, PREÇOS RECUAM NO BR
Os elevados patamares de preços do milho no mercado brasileiro somados às incertezas diante do avanço da pandemia de coronavírus fizeram com que compradores diminuíssem o ritmo de aquisição de novos lotes, especialmente os envolvendo grandes volumes. Esse cenário e as desvalorizações internacionais do cereal resultaram no recuo dos preços domésticos do milho. Nos Estados Unidos, a desvalorização da gasolina e o avanço da pandemia de coronavírus têm limitado a demanda pelo cereal – vale lembrar que a produção de etanol a partir de milho é elevada no país norte-americano. No Brasil, os movimentos de baixa nos preços do milho têm sido mais intensos em São Paulo e em regiões do Centro-Oeste. Entre 3 e 9 de abril, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (base Campinas-SP) recuou 3,5%, fechando a R$ 56,41/sc de 60 kg na quinta-feira, 9.
MANDIOCA: MOAGEM NA INDÚSTRIA DE FÉCULA DIMINUI 37%
Os poucos agricultores que dispõem de lavouras de mandioca com mais de um ciclo, inclusive acima de 24 meses, continuam intensificando a colheita. Segundo colaboradores do Cepea, esta é a matéria-prima que tem suprido a demanda industrial, mas que, em condições normais de mercado, não seria suficiente para atender à necessidade total. Por conta da baixa procura por derivados, parte da indústria diminuiu ainda mais o ritmo de moagem nos últimos dias, chegando até mesmo a interromper as atividades. Além disso, devido ao feriado na sexta-feira, 10, houve também uma redução de dias trabalhados. Como resultado, a quantidade de raízes processadas por fecularias recuou 37%, somando 27,8 mil toneladas. Quanto aos preços, entre 6 e 9 de abril, a média nominal a prazo para a tonelada posta fecularia foi de R$ 365,71 (R$ 0,6360 por grama de amido), baixa de 2,5% frente à do período anterior.
CITROS: DISPONIBILIDADE DE LARANJAS DEVE CRESCER NESTE MÊS
A disponibilidade de laranja deve continuar aumentando em abril no estado de São Paulo. Apesar de frutas do grupo das precoces já terem sido comercializadas em março, neste mês, a oferta dessas variedades deve ser um pouco maior, compensando a baixa disponibilidade de laranja pera. Isso porque, segundo colaboradores do Hortifrúti/Cepea, parte das frutas deve atingir um estágio de maturação mais próximo do demandado pelo mercado de mesa. Ainda assim, este não deve ser um cenário de oferta elevada, já que o pegamento das primeiras floradas foi limitado. Assim, o movimento de alta nos preços da fruta, verificado até o mês passado, pode ser interrompido. A demanda, por sua vez, deve sentir os impactos (positivos e negativos) do coronavírus – apesar de os cítricos terem consumidores cativos nos supermercados, que buscam fortalecimento da imunidade, há de se considerar que o mercado institucional (merendas e refeições empresariais) e o food service (restaurantes e lanchonetes), importantes canais de escoamento da fruta, devem continuar com funcionamento restrito. No caso da lima ácida tahiti, com o avanço da maturação das frutas de segunda florada, a oferta ainda deve ser alta entre abril e o início de maio, com boa qualidade – diante das chuvas regulares em março. Ainda assim, deve ser menor do que o volume disponibilizado no primeiro trimestre do ano, período de pico de safra. Neste cenário, uma oferta consistente e de padrão satisfatório pode continuar favorecendo as exportações da fruta, caso a demanda externa siga firme.