A soja brasileira começa a ficar menos atrativa aos importadores neste período de entressafra, já que a disponibilidade é baixa e os preços internos estão em patamares recordes. Assim, pesquisadores do Cepea indicam que a demanda se volta aos Estados Unidos, onde a colheita está em ritmo intenso, favorecida pelo clima. No Brasil, demandantes têm dificuldades em realizar aquisições de novos lotes. Com isso, os preços ofertados no mercado interno se aproximam dos verificados nos portos brasileiros. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná avançou 2,8% entre 9 e 16 de outubro, a R$ 157,8/sc de 60 kg na sexta-feira, 16, e o Indicador ESALQ/BM&FBovespa Paranaguá (PR) registrou aumento de 2,3% no mesmo período, a R$ 159,44/sc na sexta.
MILHO: COM ALTA DE 11% NA PARCIAL DO MÊS, MILHO É NEGOCIADO A R$ 70/SC
O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (região de Campinas – SP) do milho vem registrando avanço consecutivo há 13 dias e, na sexta-feira, 16, atingiu R$ 70,72/saca de 60 kg. Na parcial de outubro, a elevação do Indicador chega a 11,14%. Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso aos valores segue vindo da baixa disponibilidade interna, da maior demanda e da retração de vendedores, que estão atentos ao clima e ao semeio da safra de verão 2020/21. Além disso, o avanço nos preços internacionais e o dólar em alto patamar também reforçam a valorização doméstica do cereal, tendo em vista que elevaram a paridade de exportação. Pesquisadores do Cepea ressaltam que esses aumentos nos preços têm preocupado consumidores domésticos do cereal.
MANDIOCA: MOVIMENTO DE ALTA É INTERROMPIDO
Na semana passada, as cotações da raiz de mandioca registraram leve recuo. Entre 12 e 16 de outubro, de acordo com dados do Cepea, o valor médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia caiu ligeiro 0,2%, para R$ 551,30 (R$ 0,9588 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg). As chuvas e o feriado de 12 de outubro reduziram tanto o processamento de raízes nas fecularias como a disputa pela matéria-prima. Quanto ao clima, chuvas foram registradas no final da semana em todas as praças acompanhadas pelo Cepea. Produtores até mostraram interesse em realizar a colheita, devido aos patamares elevados de preços, mas as condições climáticas dificultaram os trabalhos de campo em algumas regiões.
OVOS: PREÇOS AVANÇAM PELA 3ª SEMANA CONSECUTIVA
A oferta de ovos maiores segue restrita na maior parte das regiões pesquisadas pelo Cepea, o que se deve à forte onda de calor entre o encerramento de setembro e o início de outubro, que dizimou milhares de poedeiras. A baixa disponibilidade manteve em alta os preços dos ovos entre 8 e 15 de outubro, sendo essa a terceira semana consecutiva de avanço nas cotações. Colaboradores do Cepea indicam, contudo, que as elevações nos valores dos ovos ainda não têm sido totalmente repassadas ao varejo, que, por sua vez, mostra resistência em pagar preços maiores, alegando dificuldades nas vendas nos atuais patamares ao consumidor final.