Incertos quanto à qualidade da soja 2017/18 – devido às irregularidades climáticas na América do Sul –, vendedores brasileiros se afastaram do mercado spot nos últimos dias, impulsionando os valores da oleaginosa. Além disso, segundo pesquisadores do Cepea, o atraso na colheita da soja no Brasil também vem influenciando as altas dos preços, já que muitos produtores têm retardado o cumprimento de contratos. Outros vendedores, por sua vez, estão retraídos, à espera de melhores oportunidades de negócios. Nesse cenário, os atuais patamares de preços, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, já são os maiores desde o primeiro trimestre de 2017, em termos nominais. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) subiu 2,66% entre 16 e 23 de fevereiro, para R$ 76,74/saca de 60 kg na sexta-feira, 23 – o maior patamar diário desde 23 de janeiro de 2017, em termos nominais. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná avançou 2,17% no mesmo período, fechando a R$ 71,15/sc de 60 kg na sexta, também o maior desde 27 de janeiro do ano passado.
MILHO: INDICADOR SOBE 8% E ULTRAPASSA OS R$ 36/SC
As cotações do milho seguem em alta na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Os aumentos mais expressivos são verificados nas praças consumidoras, como São Paulo. Segundo colaboradores do Cepea, a alta está atrelada principalmente ao aumento do frete nos últimos dias, reflexo do avanço do escoamento da soja. Entre 16 e 23 de fevereiro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (referência Campinas – SP) subiu significativos 8%, fechando a R$ 36,76/saca de 60 kg na sexta-feira, 23 – o maior patamar nominal desde janeiro/17.
MANDIOCA: COM MAIOR OFERTA E DEMANDA ENFRAQUECIDA, MÉDIA SEMANAL RECUA 3,3%
As cotações da mandioca estão em queda em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, refletindo o maior volume ofertado por produtores para comercialização. Além disso, a demanda industrial não tem registrado aumento, devido, principalmente, à recente diminuição do volume de moagem das farinheiras do Paraná. Assim, entre 19 e 23 de fevereiro, a média a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 573,31 (R$ 0,9971 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), queda de 3,3% em relação ao período anterior. No mês, a queda acumulada é de 10,6%, em valores nominais.
BANANA: AUMENTO DA DISPONIBILIDADE PRESSIONA VALORES DA PRATA EM SP
A banana prata se desvalorizou na região do Vale do Ribeira (SP) nos últimos dias. Entre 19 e 23 de fevereiro, a variedade teve média de R$ 1,60/kg na praça paulista, 10% abaixo da média do período anterior. Segundo bananicultores da região consultados pelo Hortifruti/Cepea, a queda está atrelada ao ligeiro aumento da oferta da prata fora de época nas roças e à maior demanda pela nanina. No entanto, os baixos patamares de preços permitiram o bom escoamento dos cachos cortados e, por conta disso, a expectativa é de que os valores permaneçam estáveis nos próximos dias.