Soja tem valor de venda inferior à expectativa no início do plantio.
Em uma safra com baixos índices de comercialização, produtores de soja têm preços de venda inferiores à expectativa de preços no início do plantio.
Analisando os valores da Soja na CBOT, Bolsa de Chicago, para o contrato de Julho de 2017, o contrato futuro mais próximo, agricultores não têm o que comemorar. A soja vale menos do que a expectativa de preço, no início do plantio. Embora, na Bolsa americana, o contrato tenha se valorizado em alguns períodos, os produtores não aproveitaram esta alta de preços. Analisando dados semanais de preços, vê-se que o contrato se valorizou de Setembro (período de início de plantio em grande parte do Brasil) até Dezembro. Após um período de correção de preços no início de 2017, os preços voltaram a ganhar força até o início da colheita, em Janeiro e Fevereiro. Em seguida, os preços em dólar da commodity foram ladeira abaixo.
Embora, recentemente, os preços tenham mostrado uma aparente estabilidade, como se estivesse em um limite de queda, e alguns dados técnicos indicam essa alerta, o que se vê, nitidamente, é uma perda de preço em relação a todo período, desde o início do plantio em terras tupiniquins.
Pior ainda, quando se analisa os preços em Reais, de fato, recebidos, pelos produtores nas (poucas) vendas que realizaram com base em dados de preços da soja no porto de Paranaguá, do CEPEA / ESALQ / USP. Com a queda da cotação do dólar, em Reais, a saca, seguiu ladeira abaixo, com poucas oportunidades de “bons negócios”.
Quem guardou safra do(s) ano(s) anterior(es) deixou de vender a R$90.00 em Julho! E quem deixou de vender a safra nova, recém colhida, perdeu a casa do R$ 70.00 em meados de Janeiro e Fevereiro.
Um repique de preços em Maio de 2017 tem estimulado as vendas. A provável estabilidade na CBOT e alguns repiques do dólar, quando ocorrem favorecem alguns negócios.
É hora dos agricultores se aperfeiçoarem na gestão da comercialização de grãos. Difícil obter bons resultados sem operar, separadamente, em cada mercado, no mercado físico, e no mercado futuro, em Chicago. As combinações dessas ferramentas podem evitar perdas de receitas pelos produtores. Um simples seguro de preço, no contrato futuro na CBOT, via contratos de opções, garantiria um preço, em dólar, maior.
Mesmo aqueles que preferem não se proteger na maior Bolsa de commodities do mundo, ao menos, o risco da oscilação do dólar pode ser mitigada, já que precifica diretamente a saca da soja. O dólar pode ser negociado, via contratos de opções, neste caso, se protegendo (somente) da queda da cotação, ou via contratos futuros, na bolsa, ou diretamente com bancos e tradings. O premio de exportação também pode ser “travado”, separadamente, ou junto com a venda do grão físico.