As recentes chuvas registradas no Brasil melhoraram a umidade do solo, favorecendo as atividades de semeio de soja, de acordo com informações obtidas pelo Cepea. De modo geral, previsões indicam precipitações na maior parte das regiões produtoras brasileiras nos próximos dias, o que deve favorecer a continuidade do semeio. Na região norte de Mato Grosso e nas principais praças que também cultivam o algodão (como Sapezal, Campo Verde e Campo Novo do Parecis), por exemplo, a umidade do solo está boa. Esse cenário animou produtores, tendo em vista que o semeio de soja voltou a ficar dentro da normalidade, o que deve permitir o cultivo de algodão após a colheita da oleaginosa. Quanto aos negócios, segundo pesquisadores do Cepea, mesmo com o maior nível pluviométrico, ainda há incertezas quanto ao volume a ser produzido na safra 2019/20. Com isso, sojicultores seguem reticentes nas negociações, tanto do estoque da temporada 2018/19 quanto de contratos a termo para 2020.
MILHO/CEPEA: PREÇO SOBE MAIS DE 10% EM OUTUBRO
A demanda aquecida tem impulsionado os preços do milho em praticamente todas as regiões consultadas pelo Cepea, especialmente nas consumidoras, como a paulista e a catarinense, em outubro. Na parcial deste mês (até o dia 25), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas/SP) avançou 10,62%, R$ 42,81/sc de 60 kg na sexta-feira, 25. Porém, o movimento de alta foi interrompido nessa quinta-feira, e esteve atrelado à ausência de compradores, que já haviam negociado em patamares superiores até a quarta-feira, 23.
MANDIOCA: OFERTA RESTRITA CONTINUA ELEVANDO COTAÇÕES
Apesar das precipitações regulares e em bons volumes registradas em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea na semana passada, a quantidade de mandioca ofertada para as indústrias continuou baixa, o que manteve as cotações em alta. Este quadro resulta principalmente da baixa disponibilidade de raízes em todas as regiões, uma vez que, nos períodos de preços mais baixos, muitos produtores optaram pela poda e devem se voltar para as entregas somente no início de 2020. Aqueles que ainda dispõem de raiz nas lavouras, em alguns casos priorizaram o plantio, que está atrasado, ou seguiram sem interesse pela comercialização, por considerarem a baixa rentabilidade. Especialmente por conta da baixa oferta, os preços continuaram em alta em todas as regiões na semana passada, e a média nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 360,48 (R$ 0,6269 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), avanço de 5,3%. Em quatro semanas, o aumento acumulado é de 21,7%, em valores nominais.
OVOS: PODER DE COMPRA DO AVICULTOR É O MENOR DESDE JANEIRO/19
O poder de compra do avicultor de postura frente ao milho e ao farelo de soja, principais insumos utilizados na atividade, tem caído com força em outubro, registrando o pior patamar desde janeiro/19. Segundo pesquisadores do Cepea, apesar de os preços dos ovos terem subido de setembro para a parcial de outubro, as valorizações dos insumos têm ocorrido de forma mais intensa no correr do mês. Segundo a Equipe Grãos/Cepea, o impulso nas cotações do cereal resulta do aquecimento das demandas interna e externa pelo produto. No mercado de farelo de soja, por sua vez, o movimento altista está atrelado às menores ofertas do grão e à falta de chuvas em importantes regiões produtoras do País. De acordo com colaboradores do Cepea, o receio é de que a redução da procura por ovos, típica em final de mês, pressione as cotações da proteína nos próximos dias, agravando ainda mais esse movimento de queda no poder de compra do avicultor.