Cotações em Chicago caem mais de 3% devido à queda nas exportações e dólar valorizado.
As cotações em Chicago tiveram fortes quedas na última semana. Os principais fatores foram a queda nas exportações de soja americana, o fortalecimento do dólar e o clima favorável que segue sustentando a expectativa de uma supersafra de grãos nos Estados Unidos.
O contrato spot em CBOT desvalorizou 3,53% ao longo da semana, o contrato com vencimento em novembro, o mais negociado, caiu 3,71%. Nas últimas quatro sessões da semana foram registradas sucessivas quedas que pressionaram as cotações, chegando a romper, ao longo da sexta-feira (26) o suporte gráfico próximo a 965 cents. Janeiro oscilou -3,51% e março -2,97%. A decisão feita pelo governo chinês de consumir os estoques internos de soja modificou o cenário internacional. Anteriormente a demanda estava segurando as cotações acima dos 1000 cents por bushel. Com a China comprando volumes menores o mercado passou a cair. E agora opera com valores abaixo da marca de 1000 cents.
Os rumores de que os Estados Unidos vão aumentar sua taxa básica de juros ficam cada dia mais fortes. Especialistas de mercado acreditam que a taxa será alterada em dezembro ou início de janeiro. É a segunda semana consecutiva em que o dólar se valoriza. Com o dólar valorizado a soja americana se torna ainda menos atrativa. Assim, é compreensível que o mercado chinês tenha diminuído o seu volume de compras.
Outra explicação para a queda no mercado é que a cada dia que passa, se confirma a expectativa de que os Estados Unidos vão colher uma supersafra de soja. Os relatórios demonstram que as condições nas lavouras seguem de boas a excelentes em sua grande maioria. O boletim climático para os próximos 15 a 30 dias indica clima favorável para o desenvolvimento da soja. As temperaturas serão elevadas em grande parte dos Estados Unidos nos próximos dias. O calor atingirá a principal região produtora de grãos americana. As chuvas no Centro-Norte devem amenizar as altas temperaturas aguardadas. Já as demais regiões sofrerão com forte calor.
Na última semana o, “Crop Tour Pro Farmer”, um tour de especialistas que acontece no Meio-Oeste americano, projetou que os Estados Unidos vão colher 111,39 milhões de toneladas. Esse número é acima do previsto pelo USDA. Esse tour é muito conceituado no mercado agrícola e trouxe impactos fortes nas cotações. De acordo com o relatório elaborado pelo tour, o motivo dos números acima dos projetados pelo USDA é o efeito clima. Segundo eles o clima do mês de setembro deverá favorecer ainda mais o desenvolvimento da soja americana.
O Boletim de Progresso de Safra e Condições das Lavouras publicado nesta semana pelo Departamento de Agricultura Americano (USDA, na sigla em inglês) destacou a degradação das condições no estado de Louisiana, que sofre com enchentes nos últimos dias. Assim, a média de classificação das condições das lavouras dos estados sulistas foi reduzida pelo percentual mínimo de 1%. Pequenos ajustes positivos foram feitos nos dados referentes aos estados do Meio-Oeste o que contribui para a melhora mínima na média nacional. 72% das lavouras do país apresentam condições classificadas como “boas” ou “excelentes”.