Os valores da soja em grão voltaram a subir no mercado doméstico, impulsionados pelo forte ritmo de embarques nos portos brasileiros, de acordo com levantamento do Cepea. Além da entrega de contrato a termo, agora, as negociações no mercado spot também começaram a ganhar força, especialmente devido à valorização do dólar frente ao Real, que torna o produto nacional mais atrativo aos importadores. Em fevereiro, o Brasil embarcou 6,09 milhões de toneladas, um recorde para o mês e mais que o dobro dos volumes enviados em janeiro/19 (2,15 milhões de toneladas) e em fevereiro/18 (2,86 milhões de toneladas), conforme dados da Secex. Isso se deve à crescente demanda da China, que adquiriu 82,4% (5,02 milhões de toneladas) do total de soja exportado pelo Brasil em fevereiro. Entretanto, o valor médio recebido pela saca da soja foi o menor desde março de 2018, a R$ 80,93.
MILHO: PREÇOS SEGUEM FIRMES NA MAIOR PARTE DAS REGIÕES
A menor produção da safra verão e a expectativa de disponibilidade restrita nas próximas semanas mantêm produtores de milho consultados pelo Cepea elevando os valores de venda. Esses agricultores também estão concentrados na finalização da colheita de soja e em alguns casos no semeio da segunda safra de milho. Compradores consultados pelo Cepea, por sua vez, adquirem novos lotes no spot quando há necessidade de repor estoques e, neste caso, precisam pagar preços superiores para conseguir fechar negócios. Diante disso, o movimento de alta nas cotações segue firme na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea, sobretudo nas consumidoras de São Paulo e do Paraná. De 1ª a 8 de março, especificamente, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa subiu 1,2%, fechando a R$ 42,13/sc na sexta-feira, 8.
MANDIOCA: NEGOCIAÇÕES SEGUEM AQUECIDAS EM TODAS AS REGIÕES ACOMPANHADAS
O interesse pela comercialização de mandioca esteve mais aquecido na última semana em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Esse cenário se deve à necessidade de parte dos produtores de se capitalizar ou de liberar áreas arrendadas. Quanto à colheita, mesmo com os recessos de carnaval, houve bom avanço na atividade no início da semana, porém, por conta das chuvas, o ritmo diminuiu nos últimos dias. Neste cenário de maior oferta, os preços voltaram a cair em todas as regiões acompanhadas. Entre 4 e 8 de março, o valor médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia ficou em R$ 357,73 (R$ 0,6221 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), queda de 2,7% frente à média anterior. O rendimento médio de amido avançou 0,5% na semana, ficando em 558,01 gramas (tabela de renda 20).
CITROS: CARNAVAL LIMITA DEMANDA; CHUVAS ATRAPALHAM OFERTA
O recesso de carnaval limitou a demanda por laranja nos últimos dias, de acordo com levantamento do Cepea. Do lado da oferta, chuvas em São Paulo comprometeram ainda mais a qualidade das frutas (principalmente de variedades tardias), reduzindo o volume disponível no mercado de mesa. Na semana passada, a média da pera foi de R$ 44,82/cx de 40,8 kg, na árvore, praticamente estável (-0,8%) frente à anterior. No caso da lima ácida tahiti, as precipitações acabaram acelerando o crescimento dos frutos nas árvores, sendo necessário o aumento do ritmo de colheita em dias de clima mais firme. Este cenário, aliado à redução dos preços oferecidos no segmento industrial (de R$ 20,00/cx para R$ 14,00/cx), manteve um maior volume disponível no mercado, pressionando as cotações. Na semana passada, a tahiti foi comercializada à média de R$ 14,41/cx de 27 kg, colhida, recuo de 16,5% em relação à anterior.