As negociações no mercado de soja têm sido pontuais neste final de mês, tanto no mercado spot quanto para contratos a termo. Segundo pesquisadores do Cepea, além de os preços domésticos da oleaginosa estarem inferiores à paridade de exportação nos portos, incertezas quanto ao clima e a cautela de produtores em comercializar grandes lotes têm mantido baixa a liquidez no mercado. Sojicultores também estão atentos à relação receita/custo na temporada 2017/18. Embora as desvalorizações de fertilizantes e defensivos tenham pressionado ligeiramente os custos de produção nesta safra, a receita na parcial de setembro está nos menores patamares desde 2010, em termos reais.
MILHO: CLIMA AFASTA PRODUTORES DO MERCADO E PREÇO SOBE
O clima quente e seco tem atrasado o início dos trabalhos de campo da safra 2017/18, afastando produtores do mercado. Além da preocupação quanto a uma possível menor oferta da temporada de verão, agentes consultados pelo Cepea acreditam que o clima também pode interferir na segunda safra, devido à semeadura tardia na região Centro-Oeste. As exportações elevadas, por sua vez, também mantêm produtores retraídos. Nesse cenário, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa apresentou forte alta de 6,2% entre 15 e 22 de setembro, fechando a R$ 30,64/saca de 60 quilos na sexta-feira, 22, o maior preço desde 27 de março deste ano.
MANDIOCA: MÉDIA SEMANAL É A MAIOR DESDE FEVEREIRO
A disponibilidade de mandioca de dois ciclos continua reduzida em todas as regiões produtoras acompanhadas pelo Cepea. Além disso, o clima seco atrapalhou o avanço da colheita nos últimos dias, reduzindo ainda mais a oferta de raiz. Já a demanda por parte da indústria voltou a melhorar, resultando em maior disputa pelo produto. Nesse cenário, as cotações subiram de forma expressiva entre 18 e 22 de setembro, e a média nominal a prazo para a tonelada posta fecularia, de R$ 559,02 (R$ 0,9722 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), foi 7,8% superior à média da semana anterior e a maior desde fevereiro, em termos nominais.
CEBOLA: FALTA DE ÁGUA AFETA PRODUÇÃO NO VALE DO SÃO FRANCISCO
A produção de cebolas no Vale do São Francisco (BA/PE) tem sido prejudicada pela falta de água – os poços da região estão com níveis bastante baixos (7%) e o racionamento acontece duas vezes por semana (às quartas-feiras e aos domingos). Nesse cenário, a área alocada à hortaliça vem diminuindo. Além disso, o clima mais ameno no Vale, que aumentou o ritmo da colheita na segunda quinzena de setembro, atrasou a maturação dos bulbos e aumentou o número de cebolas caixa 2 (menor calibre), o que acabou reduzindo a liquidez na região.