As quedas nos preços externos, a desvalorização do dólar e as restrições de cotas para exportar soja limitaram as negociações internas envolvendo a oleaginosa na semana passada. Pesquisadores do Cepea ressaltam que, além disso, com cerca de 70% da safra 2020/21 já comercializada, produtores não mostram interesse em negociar grandes lotes a curto prazo. Compradores domésticos, por sua vez, estão cautelosos nas aquisições, atentos às expectativas de safra recorde no Brasil. Em relatório divulgado no último dia 8, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) indicou produção nacional de soja pode somar 135,54 milhões de toneladas, 8,2% superior à safra anterior.
MILHO: VALORES SEGUEM RENOVANDO RECORDES EM MUITAS REGIÕES
Os preços do milho seguem renovando os patamares recordes na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Em importantes praças produtoras, o valor do cereal nesta parcial de abril já representa o dobro da média verificada no mesmo mês de 2020. Pesquisadores do Cepea indicam que as contínuas altas estão atreladas à baixa oferta do milho no spot nacional. Preocupados com os possíveis impactos do clima sobre a produção da segunda safra, produtores limitam as vendas. Consumidores, por sua vez, estão preocupados com os atuais patamares – que extrapolam os custos de produção em muitos casos. Os compradores que precisam recompor estoques têm tido dificuldades em encontrar novos lotes e os que conseguem se esbarram nos elevados preços negociados.
MANDIOCA: COM COLHEITA LIMITADA, PREÇOS REAGEM
A oferta de mandioca esteve restrita na semana passada, visto que a colheita foi limitada pelo clima seco em algumas regiões acompanhadas pelo Cepea. Ao mesmo tempo, muitos agricultores postergaram a comercialização, por conta dos preços atuais, considerados pouco remuneradores. Do lado da demanda, empresas buscaram renovar seus estoques, diante do maior interesse de agentes pelos derivados. Nesse cenário, os preços da raiz de mandioca subiram. Levantamentos do Cepea mostram que a média da mandioca posta fecularia foi de R$ 424,15/tonelada, a prazo, na semana passada, alta de 2,7% em relação à do período anterior, mas 11,2% abaixo da registrada no mesmo período de 2020, em termos reais.
OVOS: PREÇOS INICIAM ABRIL EM ALTA
Os preços dos ovos iniciaram o mês de abril em alta. Segundo pesquisadores do Cepea, as cotações foram impulsionadas pelo aquecimento na demanda, diante do recebimento dos salários, e também pelo repasse dos consecutivos aumentos nos custos de produção. O movimento de avanço no valor do ovo, inclusive, superou o observado para os principais insumos da avicultura de postura, milho e farelo de soja, o que resultou em certa recuperação no poder de compra dos produtores frente a esses insumos em relação ao observado no encerramento de março.