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Soja: Quedas do Dólar e dos Valores Externos Pressionam Cotações no BR

Publicado 15.06.2020, 10:29
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A finalização da colheita de soja na Argentina, o amplo estoque norte-americano, o clima favorável ao cultivo nos Estados Unidos e a desvalorização do dólar frente ao Real na maior parte da última semana pressionaram os valores da oleaginosa no Brasil nos últimos dias. Entre 5 e 12 de junho, os Indicadores ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) e CEPEA/ESALQ Paraná cederam 1,4% e 1,05%, respectivamente, com fechamentos a R$ 105,74 e a R$ 99,81/saca de 60 kg, na mesma ordem, na sexta-feira, 12. Os valores internos dos derivados também caíram. No caso do óleo de soja, a pressão veio das baixas demandas doméstica e externa. Em relação ao farelo de soja, as cotações também foram influenciadas pela menor demanda interna – compradores se mostram abastecidos, com estoques para 15 dias. Entretanto, segundo colaboradores do Cepea, o movimento de queda nos valores dos grãos e derivados foi limitado pela retração de sojicultores em comercializar elevados volumes e pelos baixos estoques das indústrias brasileiras. Vale lembrar que grande parte das safras 2019/20 e 2020/21 já foi negociada. Segundo agentes consultados pelo Cepea, as vendas registram, inclusive, volumes recordes quando comparadas as de mesmos períodos de anos anteriores. 

MILHO: POSSIBILIDADE DE SAFRA RECORDE REFORÇA PRESSÃO COMPRADORA SOBRE COTAÇÕES

Os preços do milho seguem em queda no mercado brasileiro, influenciados pela pressão de compradores, que estão atentos à colheita da segunda safra. Segundo colaboradores do Cepea, apesar do atraso do semeio em algumas regiões, o clima favorável na finalização do desenvolvimento tende a elevar a produtividade e resultar em produção recorde. As atividades de campo ainda estão no começo, mas já se observa maior oferta de milho no mercado de lotes. Nesse cenário, entre 5 e 12 de junho, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (região de Campinas – SP) caiu 2,6%, fechando a R$ 46,92/sc de 60 kg na sexta-feira, 12.

OVOS: PREÇOS DOS OVOS RECUAM E FRUSTRAM EXPECTATIVAS DE AGENTES DO SETOR

Depois de registrarem altos patamares no início de junho, os preços dos ovos voltaram a cair nos últimos dias nas principais regiões de comercialização. Segundo colaboradores do Cepea, esse movimento frustrou agentes do setor, que esperavam manutenção dos valores negociados, fundamentados na menor oferta neste mês, diante das temperaturas mais baixas.  No geral, agentes indicam que a liquidez diminuiu nos últimos dias, o que, por sua vez, pode estar atrelado justamente aos elevados valores da proteína. A movimentação no mercado de ovos foi na contramão dos mercados das demais proteínas de origem animal, uma vez que as carnes bovina, suína e de frango se valorizaram na última semana. Colaboradores do Cepea relatam que recebimento dos salários e da parcela do auxílio emergencial do governo federal e a retomada parcial de algumas atividades econômicas impulsionaram as vendas de carne nos últimos dias.

CITROS: APESAR DO BAIXO RITMO DE NEGÓCIOS, MENOR OFERTA SUSTENTA PREÇO DA PERA

O mercado de cítricos permaneceu desaquecido nos últimos dias, mas o volume disponível de laranjas no mercado in natura paulista está menor, devido à intensificação do recebimento de frutas pelas processadoras. Assim, a média da semana (de 8 a 12 de junho) da laranja pera foi de R$ 25,26/caixa de 40,8 kg, na árvore, leve valorização de 1,3% em relação ao período anterior. De acordo com colaboradores do Cepea, as vendas de citricultores paulistas ainda se concentram na tangerina poncã, que deve ser comercializada até o final deste mês. Nesse cenário, produtores optaram por intensificar e adiantar a colheita de tangor murcote para aproveitar os elevados preços, apesar de a fruta ainda não ter atingido o estágio de maturação ideal. A murcote fechou a semana em R$ 40,93/cx de 40,8 kg, na árvore. No caso da tahiti, as exportações ainda estão em menor ritmo. A perda de qualidade da fruta e a maior oferta na Europa também têm dificultado os embarques. Assim, o mercado interno segue enfraquecido. Entre 8 e 12 de junho, a tahiti foi negociada a R$ 31,99/cx de 27 kg, colhida, leve queda de 5,4% em relação à semana anterior.

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