Preocupações relacionadas a uma recessão econômica global e elevação de juros estão afastando investidores dos mercados futuros, cenário que tem resultado em desvalorizações de commodities de forma geral, inclusive da soja. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão sobre as cotações internacionais da oleaginosa foi reforçada na semana passada pela menor demanda de grão norte-americano por parte da China e pelas desvalorizações do óleo de soja e do petróleo. No Brasil, o mercado sentiu a pressão externa e os preços também caíram ao longo da semana passada. Ressalta-se que a queda no valor doméstico foi limitada pela valorização do dólar frente ao Real.
MILHO: PREÇO SEGUE EM QUEDA E JÁ OPERA NO MENOR PATAMAR DESDE JAN/21
Com o avanço da colheita na maior parte dos estados e diante de novas estimativas oficiais indicando oferta recorde na temporada 2021/22, os preços do milho seguem em queda. Inclusive, em algumas praças acompanhadas pelo Cepea, os atuais valores são os menores desde o início do ano passado. Nem mesmo as exportações aquecidas ao longo de junho e as valorizações externas a partir de meados da semana foram suficientes para interromper o movimento de queda nas cotações domésticas. Pesquisadores do Cepea indicam que, à espera de novas desvalorizações, compradores diminuíram o ritmo de aquisição de novos lotes. Esses agentes estão atentos à necessidade de vendas por parte de alguns agricultores, que começam a não ter espaços nos armazéns – muitos ainda detêm parte da soja. Assim, vendedores estão mais flexíveis nos valores de negociação, sobretudo os do Centro-Oeste.
MANDIOCA: PREÇO MÉDIO ATINGE RECORDE
Muitos agricultores que vinham avançando com a colheita e a comercialização das lavouras remanescentes de segundo ciclo diminuíram o ritmo das entregas na semana passada, devido ao clima mais seco, que também limitou o plantio em algumas áreas. Assim, a quantidade de mandioca ofertada, sobretudo para a indústria de fécula, continuou abaixo das expectativas. Nesse cenário e com a crescente demanda pela matéria-prima, os preços seguiram em alta, atingindo recordes nominais da série histórica do Cepea, iniciada em 2002. Entre 4 e 8 de julho, o valor médio nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 885,68 (R$ 1,5403 por grama de amido), 1,8% acima do registrado na semana anterior. Atualizado (deflacionamento pelo IGP-DI), o valor médio desta semana está 88,4% acima do observado no mesmo período de 2021.
OVOS: PREÇOS SEGUEM ESTÁVEIS HÁ UM MÊS
Após terem iniciado 2022 apresentando bom desempenho, os embarques da avicultura de postura (considerando-se ovos in natura e processados) somaram 468,7 toneladas em junho, o menor volume desde julho/21, segundo dados da Secex compilados pelo Cepea. A quantidade escoada no último mês foi 25,4% inferior à de maio/22 e 15,45% abaixo da registrada em junho/21. Em termos financeiros, as exportações da avicultura de postura arrecadaram R$ 8,28 milhões em junho, montante 12% menor que o de maio, mas ainda 2,1% acima da receita de junho/21. Segundo pesquisadores do Cepea, esse crescimento anual se deve à valorização do dólar frente ao Real em 2022. No mercado doméstico, o preço dos ovos comerciais seguiu sem grandes alterações na maioria das praças acompanhadas pelo Cepea. Ressalta-se que o mercado segue estável há mais de um mês – a última movimentação significativa, de alta, foi observada em 6 de junho.