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Soja: Queda Externa Interrompe Movimento de Alta dos Preços no Brasil

Publicado 26.07.2021, 11:02
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O aumento dos prêmios de exportação, a valorização cambial, os baixos estoques das indústrias brasileiras e a firme demanda doméstica impulsionaram os preços da soja no mercado brasileiro nos últimos dias. Além disso, grande parte dos produtores domésticos já se capitalizou e, agora, está retraída da comercialização de grandes lotes – agentes consultados pelo Cepea indicam que uma parte dos sojicultores prefere estocar o remanescente da safra 2019/20 e comercializar a partir de setembro. No entanto, na quinta-feira, 22, os valores domésticos voltaram a recuar, pressionados pela desvalorização externa da oleaginosa, que está atrelada à menor demanda internacional, principalmente da China. Com isso, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá teve média de R$ 169,07/sc de 60 kg no dia 23, leve queda de 0,7% frente ao do dia 16, mas alta de 6,9% no mês. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná recuou ligeiro 0,5% na semana, mas subiu 7,1% no mês, a R$ 164,31/sc de 60 kg no dia 23. Já o dólar se valorizou 1,89% entre 16 e 23 de julho e 4,9% no mês, indo para R$ 5,217 na sexta-feira, 23.

MILHO: CONDIÇÕES CLIMÁTICAS NO BR E NOS EUA PREOCUPAM AGENTES E ELEVAM COTAÇÕES

As preocupações com o clima nas regiões produtoras de milho do Brasil e dos Estados Unidos têm impulsionado as cotações do cereal, visto que as recentes geadas e as previsões de uma nova frente fria no BR e o clima seco e quente nos EUA podem reduzir o potencial produtivo das lavouras. Neste contexto, vendedores brasileiros estão reticentes em negociar a preços menores, reduzindo a liquidez interna. Além disso, segundo colaboradores do Cepea, os produtores no Brasil estão focados na colheita da segunda safra 2020/21, que segue atrasada em relação à temporada anterior em todas as regiões produtoras. Assim, agricultores priorizam as entregas dos lotes negociados antecipadamente, aguardando o avanço da colheita para contabilizar possíveis perdas de produtividade. Do lado dos consumidores, uma parte tem optado por aguardar as entregas e/ou um maior volume colhido para retornar aos negócios. No entanto, os que não têm mercadoria para o curto prazo têm aceitado os patamares pedidos por vendedores, que, em alguns casos, superam R$ 100/saca de 60 kg. Em Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa avançou 2,7% entre 16 e 23 de julho, indo a R$ 99,99/sc de 60 kg na sexta-feira, 23, o maior valor nominal desde 31 de maio deste ano. De 1º a 23 de julho, o Indicador já acumula alta de 11,6%.

MANDIOCA: OFERTA LIMITADA IMPULSIONA MÉDIA SEMANAL

A disponibilidade de lavouras de segundo ciclo (acima de 12 meses) está menor em muitas regiões acompanhadas pelo Cepea. Ao mesmo tempo, o interesse dos mandiocultores na comercialização de raízes mais novas está baixo, devido à menor produtividade. Além disso, o plantio continuou sendo prioridade para muitos agricultores. Esses fatores limitaram a oferta de raízes para muitas indústrias, impulsionando o preço médio semanal da mandioca, que permanecia estável havia duas semanas. Entre 19 e 23 de julho, a média nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia subiu 1,5%, para R$ 422,87 (R$ 0,7354 por grama de amido, na balança hidrostática de 5 kg), a maior desde o fim de junho. 

OVOS: PODER DE COMPRA DO AVICULTOR RECUA FRENTE AO MILHO, MAS AUMENTA FRENTE AO FARELO

A relação de troca entre ovos comerciais e milho, um dos principais insumos consumidos na avicultura de postura, aumentou nesta parcial de julho (até o dia 22), apesar da leve valorização da proteína durante o mês. Isso porque, segundo colaboradores do Cepea, o poder de compra do avicultor foi influenciado principalmente pelo comportamento do preço do cereal, que também subiu, mas em maior intensidade que o dos ovos. As cotações do farelo de soja, outro importante insumo consumido na atividade, também influenciaram o poder de compra, no entanto, para esse produto, o cenário foi de desvalorização, o que manteve positiva a relação de troca ao avicultor. No mercado de ovos, as vendas se aqueceram no início de julho, e a oferta controlada permitiu que agentes mantivessem seus preços. Para o milho, segundo levantamento da equipe Grãos/Cepea, os baixos estoques da safra de verão e a preocupação com a produtividade da segunda safra têm afastado vendedores do mercado doméstico, elevando as cotações. E quanto ao farelo de soja, ainda segundo a equipe Grãos/Cepea, os valores iniciaram o mês em queda, mas se recuperaram nos últimos dias. Mesmo assim, entre junho e a parcial de julho, o derivado se desvalorizou. 

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