Os preços da soja em grão recuaram no mercado interno na semana passada, pressionados especialmente pela desvalorização do dólar frente ao Real (de 3,38% entre 20 e 27 de agosto, indo para R$ 5,196 nessa sexta-feira, 27), uma vez que os prêmios não compensaram a baixa cambial. De 20 a 27 de agosto, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá caiu 3,09%, fechando a R$ 169,53/sc de 60 kg na sexta-feira. O Indicador CEPEA/ESALQ – Paraná recuou 3,07% no mesmo comparativo, a R$ 166,96/sc de 60 kg. No campo, o cultivo da nova safra de soja se aproxima, e, apesar da boa rentabilidade atual da cultura, as condições climáticas e os elevados custos de produção ainda geram preocupações entre produtores.
MILHO: COM RETRAÇÃO DE COMPRADORES, PREÇO RECUA
Os preços do milho estão em queda na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea, devido à retração de compradores, que estão à espera de novas desvalorizações. Entre 20 e 27 de agosto, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) recuou 3%, fechando a R$ 95,84/saca de 60 kg na sexta-feira, 27. Do lado vendedor, com a colheita avançando e o crescimento da oferta do cereal no spot brasileiro, alguns estão mais flexíveis nos preços, para aproveitar negociar nos atuais patamares e também “fazer caixa” para quitar dívidas de custeio.
MANDIOCA: DIMINUIÇÃO NA OFERTA CHEGA A INTERROMPER A MOAGEM; PREÇO SOBE
Apesar das chuvas pontuais dos últimos dias, os baixos índices de umidade no solo e as elevadas temperaturas prejudicaram ainda mais o avanço da colheita de mandioca entre 23 e 27 de agosto em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Assim, algumas unidades interromperam a moagem em parte da semana passada. Neste cenário de baixa oferta, os preços subiram pela oitava semana consecutiva. Entre 23 e 27 de agosto, o valor médio nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 507,68 (R$ 0,8829 por grama de amido), 3,1% acima do registrado na semana anterior.
OVOS: DEMANDA ENFRAQUECIDA RESULTA EM NOVA QUEDA DE PREÇOS
A menor procura por ovos comerciais neste encerramento de agosto e a consequente lentidão das vendas pressionaram as cotações da proteína nos últimos dias, e, agora, o produto acumula duas semanas consecutivas de desvalorizações. Nesse cenário, colaboradores do Cepea reportaram sobras em muitas regiões produtoras, o que levou à concessão de descontos para facilitar o escoamento. A queda dos preços frustrou a expectativa de agentes do setor, que acreditavam que as vendas continuariam aquecidas durante todo o mês, fundamentados no retorno das aulas e na mudança do padrão de consumo da população, que tem buscado fontes mais baratas de proteína animal, como a carne de frango – pela qual a demanda está aquecida –, devido ao poder de compra enfraquecido dos consumidores.