Apesar de o segundo semestre não ser janela de exportação brasileira de soja, os embarques estão a todo vapor. Apenas nas duas primeiras semanas de outubro, o Brasil enviou ao mercado internacional 2,61 milhões de toneladas de soja, segundo a Secex, o maior volume já exportado para o período, considerando-se os meses de outubro de anos anteriores. Segundo pesquisadores do Cepea, embora esses embarques sejam resultado de negociações feitas nos meses anteriores, a movimentação nos portos, especialmente de Paranaguá (PR), influenciou novas comercializações para completar cargas, ainda que em volumes pequenos – a boa movimentação neste período se deve à firme demanda da China, resultado da crise comercial com os Estados Unidos. Quanto aos preços, a alta na CME, a retração de vendedores domésticos e o baixo excedente interno limitaram a desvalorização da soja no Brasil. Entre 11 e 19 de outubro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) recuou 1,5%, a R$ 89,57/saca de 60 kg na sexta-feira, 19. No mesmo comparativo, o Indicador CEPEA/ESALQ Paraná caiu 0,6%, a R$ 83,32/sc de 60 kg no dia 19.
MILHO: MAIOR DISPONIBILIDADE DA 2ª SAFRA MANTÉM PREÇO INTERNO EM QUEDA
Os valores de milho continuam em queda na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea, influenciados pela demanda enfraquecida e pelo aumento da oferta do cereal da segunda safra, especialmente no Paraná e no Centro-Oeste. Segundo colaboradores do Cepea, o clima favorável e o fraco desempenho das exportações nesta safra também pressionam os valores domésticos. As negociações, por sua vez, estão em ritmo lento, principalmente devido à retração de compradores, que aguardam valores ainda menores nas próximas semanas. Na região de Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa recuou 5,1% entre 11 e 19 de outubro, para R$ 35,21/sc de 60 kg na sexta-feira, 19. Na parcial do mês, o Indicador acumula forte queda de 10,6%.
MANDIOCA: PREÇO MÉDIO RECUA 2,8% NA SEMANA
A oferta de mandioca aumentou nos últimos dias, refletindo o maior interesse de venda dos produtores – devido à necessidade de caixa para a realização dos tratos culturais para os próximos períodos. A demanda industrial, por sua vez, segue enfraquecida. Segundo colaboradores do Cepea, a menor procura esteve atrelada tanto à baixa liquidez no mercado dos derivados quanto às recentes desvalorizações, o que tem levado agentes da indústria a evitar a formação de estoques. Nesse cenário, os preços caíram. Entre 15 e 19 de outubro, a média nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 446,26 (R$ 0,7761 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), 2,8% menor que a da semana anterior. Em valores atualizados (deflacionamento pelo IGP-DI de setembro/2018), a média da última semana foi 36,2% inferior à de igual período do ano passado.
UVA: VINHO BRASILEIRO GANHA ESPAÇO NO MERCADO INTERNACIONAL
As exportações de vinho brasileiro vêm crescendo neste ano, impulsionadas por maiores iniciativas de promoção da bebida nacional no mercado externo, segundo o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). Além disso, conforme pesquisadores do Cepea, as exportações brasileiras também foram impulsionadas pela maior demanda por espumantes. De acordo com a Secex, entre janeiro e agosto deste ano, o Brasil embarcou 2,8 milhões de litros da bebida, aumento de 53% frente ao mesmo período de 2017. A receita obtida com essas vendas, por sua vez, somou US$ 6 milhões (FOB). Dentre os principais destinos do vinho brasileiro estão Paraguai, Estados Unidos e Reino Unido. Para os próximos anos, a perspectiva é de crescimento para o setor, visto que a safra gaúcha deste ano vem apresentando boa qualidade, a produtividade aumentou em 2017 e também devido a projetos de incentivo ao consumo da bebida nos mercados nacional e internacional. Vale lembrar, ainda, que a produção de espumantes do Vale do São Francisco também vem crescendo, o que pode contribuir para o aumento do volume destinado ao mercado externo.