Os preços da soja subiram no mercado brasileiro na semana passada. Esse movimento esteve atrelado às valorizações externa e cambial e à retração de sojicultores. Segundo pesquisadores do Cepea, mais da metade da safra 2020/21 já foi comercializada, e, agora, produtores preferem colher e armazenar o grão, na expectativa de vender a oleaginosa a valores maiores nos meses posteriores. No mercado spot, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá subiu 2,3% entre 19 e 26 de março, indo para R$ 172,05/sc de 60 kg na sexta-feira, 26. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná avançou 2,8% na mesma comparação, a R$ 165,07/sc de 60 kg na sexta.
MILHO: PREÇO SEGUE RECORDE EM MUITAS REGIÕES
Os preços do milho seguem em patamares recordes na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea, sustentados pelo baixo volume em estoque, por incertezas quanto à produtividade das lavouras de segunda safra e pela demanda interna firme. Por enquanto, estimativas oficiais (que devem ser ajustadas à medida que as lavouras forem se desenvolvendo) seguem indicando safra recorde. Segundo pesquisadores, agentes consultados pelo Cepea temem que o atraso na semeadura possa desfavorecer a produtividade. Além disso, a maior umidade em regiões do Centro-Oeste e a falta de chuvas e altas temperaturas em áreas do Sul e do Sudeste são acompanhadas de perto por agentes – esse contexto, inclusive, também contribui para sustentar os valores domésticos. Assim, de 19 a 26 de março, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), se manteve praticamente estável (-0,47%), fechando a R$ 93,40/saca de 60 kg na sexta-feira, 26.
MANDIOCA: OFERTA DIMINUI E PRESSÃO SOBRE PREÇOS É AMENIZADA
Diante dos atuais patamares de preços, muitos agricultores têm priorizado a colheita de outras culturas em detrimento da mandioca, enquanto outros agentes estão fora do mercado. Neste cenário, a oferta de raízes esteve menor na semana passada em parte das regiões acompanhadas pelo Cepea, contexto que amenizou a pressão sobre os valores da matéria-prima.
OVOS: LENTIDÃO NAS VENDAS PRESSIONA COTAÇÕES
Além de as medidas mais restritivas de isolamento social adotadas por governos estaduais e prefeituras estarem limitando parte das vendas, principalmente no atacado, a proximidade do fim do mês e a consequente redução do poder de compra da população também têm diminuído a liquidez no mercado de ovos para consumo. Segundo pesquisadores do Cepea, com a dificuldade em se efetivar negócios, os preços do setor recuaram na semana passada. Pesquisadores ressaltam que, mesmo com a lentidão das vendas e com os preços mais baixos, não há relatos de muitas sobras nas granjas e distribuidoras, devido à oferta controlada do setor.