Grande parte das processadoras brasileiras de soja contava com a safra nacional recorde para adquirir maiores volumes da oleaginosa a preços mais baixos. Entretanto, a firme demanda externa e chuvas irregulares no Brasil, que atrapalharam o semeio da safra 2017/18, retraíram produtores, que têm ofertado lotes a preços bem acima do que compradores estão dispostos a pagar. Nesse cenário, conforme colaboradores do Cepea, esmagadoras têm enfrentado dificuldades para adquirir o grão, o que, somado ao aumento da demanda interna por farelo e óleo de soja, impulsionou os valores da matéria-prima e dos derivados nos últimos dias. As altas dos preços domésticos, no entanto, foram limitadas pela pequena variação da taxa cambial (Real por dólar) e pelas condições climáticas favoráveis ao avanço da colheita norte-americana, o que pressionou as cotações futuras nos Estados Unidos.
MILHO: CHUVAS REDUZEM MOVIMENTO DE ALTA DOS PREÇOS
As chuvas dos últimos dias em parte das regiões produtoras acompanhadas pelo Cepea trouxeram melhores perspectivas de desenvolvimento às lavouras de milho verão, cenário que reduziu o movimento de alta dos preços. Vendedores demonstraram mais interesse em negociar, voltando a ofertar maiores volumes no mercado, ainda que pontualmente. Compradores, por sua vez, se beneficiaram do leve aumento da disponibilidade do cereal. Nesse cenário, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas/SP) registrou aumento de 1,5% entre 13 e 20 de outubro, indo a R$ 31,73/saca de 60 quilos no dia 20.
MANDIOCA: DEMANDA FIRME E OFERTA REDUZIDA MANTÊM COTAÇÕES EM ALTA
A disponibilidade de lavouras de segundo ciclo continua baixa em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, apesar das melhores condições climáticas. Isso porque, segundo colaboradores do Cepea, parte dos agricultores segue priorizando atividades relacionadas ao plantio, postergando a colheita. A demanda industrial, por sua vez, continua firme, devido, principalmente, aos compromissos de entrega de algumas empresas. Assim, muitas continuam se abastecendo em outros estados, como as paranaenses, que vêm adquirindo matéria-prima no estado de São Paulo e em Mato Grosso do Sul. Nesse cenário, o preço médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 627,07 (R$ 1,0906 por grama de amido) entre 16 e 20 de outubro, alta de 4% frente à média do período anterior.
MELÃO: COM ACÚMULO DE FRUTAS, PREÇOS CAEM NA CEAGESP
Apesar do clima mais favorável ao consumo, a procura por melões segue baixa no atacado de São Paulo. Com isso, houve acúmulo de frutas nos boxes e os estoques aumentaram, principalmente do melão amarelo. Colaboradores do Hortifruti/Cepea relatam ainda que alguns atacadistas reduziram o volume de aquisições de melão para evitar sobras, o que resultou em acúmulo nas roças. Além disso, a entrada de frutas de caroço (como pêssego e nectarina) no mercado também tem limitado a comercialização de melão, ainda que um maior volume dessas frutas seja esperado para meados do próximo mês. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, entre 16 e 20 de outubro, o melão amarelo tipo 6 e 7 teve média de R$ 24,71/cx de 13 kg na Ceagesp, redução de apenas 1% frente à média da semana anterior – para esta variedade, os menores calibres foram os mais desvalorizados, devido ao maior volume na semana. Já as variedades nobres registraram altas ou permaneceram em bons patamares de preços, refletindo a menor disponibilidade. O orange, por exemplo, teve média de R$ 15,33/cx de 6 kg no período, estável na mesma comparação.