Os preços da soja, que vinham recuando desde o início do ano, passaram a subir nos últimos dias, impulsionados pela forte retração de produtores do mercado – conforme colaboradores do Cepea, esses agentes acreditam em novas valorizações da oleaginosa, fundamentados nas irregularidades climáticas na América do Sul. Outros vendedores, por sua vez, têm armazenado o grão, diante da recente queda na receita e das incertezas sobre a demanda chinesa. No geral, sojicultores estão preocupados em cumprir contratos já realizados e, por isso, preferem avaliar o volume colhido para depois disponibilizar novos lotes. Com isso, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) registrou alta de 2,6% entre 18 e 25 de janeiro, indo para R$ 77,68/sc de 60 kg na sexta-feira, 25. No mesmo comparativo, o Indicador CEPEA/ESALQ Paraná subiu 2,8%, a R$ 72,80/sc de 60 kg.
MILHO: PREÇOS REGISTRAM COMPORTAMENTOS DISTINTOS DENTRE REGIÕES
Os preços de milho seguem registrando movimentos distintos dentre as praças acompanhadas pelo Cepea, influenciados pela oferta e demanda regionais. Nas regiões produtoras, os valores têm recuado, pressionados pelo início da colheita e pela necessidade de espaço nos armazéns. Já as altas ocorrem geralmente nas praças consumidoras e são influenciadas por dificuldades logísticas e por incertezas quanto à produtividade das lavouras – com o avanço da colheita da soja, espera-se aumento na concorrência para o escoamento do milho, mantendo a perspectiva de aumento de frete. Esse ambiente influencia na redução do ritmo de novos negócios envolvendo o cereal, fazendo com que vendedores se mantenham fora do mercado. O recuo vendedor também está atrelado ao clima. Chuvas irregulares desde dezembro têm deixado agricultores preocupados tanto com a atual safra de verão quanto com o desenvolvimento da segunda safra, que já começou a ser semeada em alguns estados. Com relação aos preços no mercado paulista, as ofertas de milho do Centro-Oeste brasileiro seguem limitando as valorizações. Entre 18 e 25 de janeiro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (região de Campinas-SP) subiu 1,5%, fechando a R$ 38,88/saca de 60 kg na sexta-feira, 25.
MANDIOCA: DEMANDA SUPERA OFERTA E IMPULSIONA VALORES
Muitos mandiocultores seguem postergando a colheita, devido à produtividade e ao rendimento reduzidos. Mesmo assim, a disponibilidade de raízes aumentou 118,7% entre as duas últimas semanas. No entanto, como o número de fecularias ativas no mercado aumentou, a demanda superou a oferta e a disputa pela matéria-prima sustentou as cotações. Entre 21 e 25 de janeiro, o preço médio da mandioca subiu 1,1% frente ao da semana anterior, com média de R$ 359,95/t (R$ 0,6260 por grama na balança hidrostática de 5 kg). Segundo colaboradores do Cepea, agentes da indústria têm optado por adquirir raízes no mercado spot de áreas mais distantes, impulsionando os valores por conta do frete – vale ressaltar que a diferença entre os preços regionais está bastante ampla.
TOMATE: EXCESSO DE OFERTA PRESSIONA SIGNIFICATIVAMENTE COTAÇÕES
Os preços do tomate salada longa vida despencaram nos últimos dias, pressionados pela oferta elevada do fruto, que, por sua vez, é reflexo do forte calor (que acelera a maturação) e da concentração da safra de verão. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, em Caçador (SC), produtores estão descartando os tomates já maduros. Além de acelerar a maturação, o clima quente e as chuvas prejudicam a qualidade dos tomates, visto que favorecem o aparecimento de machas e a incidência de doenças. As desvalorizações mais expressivas foram registradas na Ceagesp de São Paulo e na Ceasa de Campinas (SP), onde a caixa com 20 quilos do salada longa vida teve respectivas médias de R$ 38,00 e de R$ 39,00 entre 21 e 25 de janeiro, quedas de 31% e de 25% frente ao preço médio da semana anterior. De acordo com atacadistas consultados pelo Hortifruti/Cepea, os tomates que chegaram aos atacados mais maduros foram comercializados por até R$ 5,00/cx.