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Soja: Procura Elevada, Alta do Dólar e Problemas Logísticos Elevam Preços no BR

Publicado 08.03.2021, 10:13
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Os preços da soja subiram no mercado brasileiro nos últimos dias, impulsionados pela valorização do dólar, pela firme demanda e pelo atraso nos embarques do grão. Esse atraso se deve à baixa disponibilidade de caminhões, o que tem gerado filas de navios nos portos. Agentes consultados pelo Cepea indicam que o frete rodoviário saltou de R$ 110,00/tonelada no início de fevereiro para aproximadamente R$ 200,00/t na primeira semana de março. Com o atraso na colheita e na entrega da soja, o volume disponível no mercado spot segue baixo, elevando as cotações. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá subiu 4,1% entre 26 de fevereiro e 5 de março, fechando a R$ 174,34/sc na sexta-feira, 5. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná registrou alta de 3,6% na mesma comparação, a R$ 166,40/sc de 60 kg no dia 5. 

MILHO: COM DIFICULDADES LOGÍSTICAS E PREOCUPAÇÃO COM A SEMEADURA, PREÇOS SOBEM NO BR

Os preços do milho continuam em alta no mercado brasileiro. O impulso vem da combinação da posição firme dos vendedores – diante das preocupações com o atraso da semeadura da segunda safra frente à temporada anterior – com as constantes elevações dos fretes, visto que há escassez de caminhões para o escoamento da safra verão e entregas do cereal. Apesar da elevação dos preços, as negociações continuam em ritmo lento. As maiores dificuldades de abastecimento têm sido observadas nas regiões consumidoras de São Paulo, o que impulsiona as cotações. Em Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa segue registrando recordes nominais consecutivos, fechando a R$ 89,07/saca de 60 kg na sexta-feira, 5, alta de 4,28% frente ao fechamento de 26 de fevereiro – vale reforçar que esse valor está bem próximo do recorde real da série do Cepea, de R$ 89,9/sc, registrado em 30 de novembro de 2007. Devido à dificuldade enfrentada pelos consumidores, alguns têm optado pelo grão que está mais próximo, levando-os a aceitar os patamares mais elevados.

MANDIOCA: MÉDIA NOMINAL É A MENOR DESDE SETEMBRO/20

O interesse pela colheita e comercialização de mandioca segue elevado em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, o que está relacionado à necessidade de liberar áreas para outras atividades agropecuárias ao fim do prazo de entrega de áreas arrendadas ou mesmo para que produtores se capitalizem para compromissos de financiamento, e não necessariamente à atratividade vinda da receita da mandioca. Assim, nos últimos dias, as cotações da raiz recuaram para o menor patamar registrado desde setembro do ano passado. Ao mesmo tempo em que a oferta tem crescido, a demanda pela matéria-prima tem dado sinais de enfraquecimento, principalmente nas fecularias com maiores estoques – algumas até interromperam a moagem nos últimos dias. Assim, entre 1º e 5 de março, o preço médio semanal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 424,71 (R$ 0,7386 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), baixa de 2% frente à média anterior e a menor desde setembro de 2020. Em valores atualizados (deflacionamento pelo IGP-DI de janeiro/21), a média da semana é 12,5% menor que a de igual período do ano passado.

OVOS: VENDAS SE ENFRAQUECEM, MAS COTAÇÕES SEGUEM PRATICAMENTE ESTÁVEIS

Entre o fim de fevereiro e o início de março, as vendas de ovos comerciais estiveram mais lentas. Após consecutivas altas durante o último mês, colaboradores do Cepea passaram a reportar certa dificuldade em fechar novos negócios, o que levou parte dos vendedores a conceder descontos para garantir a comercialização do produto. De modo geral, a redução das vendas está atrelada ao enfraquecimento da demanda final. Além dos efeitos da pandemia de covid-9 sobre a economia nos últimos meses, com a redução da renda e do poder de compra da população, o retorno das medidas restritivas para contenção do vírus por parte de estados e municípios pressiona as vendas no atacado. Apesar da lentidão dos negócios, a pressão dos custos de produção, o período de Quaresma e a oferta mais enxuta de ovos contribuíram para limitar quedas acentuadas dos valores. Para o produto vermelho, a desvalorização foi mais intensa, devido aos maiores descontos concedidos. Segundo colaboradores do Cepea, a retração das vendas já vem acarretando sobras de ovos, o que pode pressionar os valores da proteína nesta semana.

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