Os preços do farelo de soja subiram no Brasil ao longo da semana passada. Segundo pesquisadores do Cepea, os valores foram impulsionados pela firme demanda externa e sobretudo por preocupações relacionadas à oferta desse derivado na safra 2022/23 da Argentina. Ressalta-se que o clima quente e seco tem dificultado a semeadura da oleaginosa no país vizinho, o maior exportador mundial de derivados de soja, o que já tem deslocado a demanda externa por farelo ao Brasil e aos Estados Unidos. De acordo com dados da Secex, na parcial deste ano (de janeiro a novembro), o Brasil exportou volume recorde de 19,25 milhões de toneladas de farelo de soja, 24,4% acima do embarcado em igual período do ano passado.
MILHO: NEGÓCIOS ESTÃO LENTOS NO BRASIL
As negociações envolvendo milho ocorrem de forma pontual no mercado brasileiro, com agentes consultados pelo Cepea atentos aos possíveis impactos das elevadas temperaturas no Sul do País sobre o desenvolvimento da safra verão e também ao forte ritmo das exportações. Quanto aos preços, dados do Cepea mostram que seguiram em queda no interior do Brasil, sendo que as baixas registradas nos portos foram mais intensas, o que se deve às desvalorizações externa e do dólar.
MANDIOCA: PREÇOS SEGUEM EM ALTA, E MÉDIA SUPERA R$ 1.175,00/T
Neste período de entressafra, a oferta de mandioca segue abaixo da demanda, contexto que mantém os preços da raiz em alta. Mandiocultores consultados pelo Cepea estão sem interesse pela comercialização das lavouras mais novas, devido à baixa produtividade agrícola, e as chuvas também dificultaram os trabalhos de campos. Assim, entre 5 e 9 de dezembro, o valor médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 1.175,27, com alta de 1,2% frente ao da semana anterior. Em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI), a média supera em 63% a de igual período do ano passado, sendo a terceira maior de toda a série histórica do Cepea, iniciada em 2002.
OVOS: PREÇOS SE ESTABILIZAM NESTE INÍCIO DE MÊS
Os preços dos ovos se mantiveram estáveis neste início de dezembro. De acordo com colaboradores consultados pelo Cepea, essa estabilidade é reflexo do ajuste entre a oferta e a demanda pela proteína. Quanto à produção de ovos de galinha (POG) para consumo, dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e compilados pelo Cepea indicam que bateu recorde no terceiro trimestre deste ano, atingindo 826,5 mil dúzias, crescimento de 0,8% frente à do segundo trimestre e também o maior volume já registrado em um trimestre em toda a série histórica do IBGE, iniciada em 2018.