O prêmio de exportação do complexo soja subiu com força no Brasil nos últimos dias, impedindo o repasse das baixas internacional e do dólar aos valores domésticos. Além disso, segundo colaboradores do Cepea, sojicultores brasileiros estão retraídos das vendas da oleaginosa, uma vez que já escoaram grande parte da safra 2017/18 e comercializaram uma parcela da 2018/19 a preços mais elevados. A oferta de soja também está menor, devido à indefinição da tabela de frete mínimo, que segue limitando os negócios. Entre 15 e 22 de junho, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) subiu 1,4%, a R$ 84,70/saca de 60 kg na sexta-feira, 22. No mesmo comparativo, o Indicador CEPEA/ESALQ Paraná registrou alta de 1,6%, a R$ 78,25/sc de 60 kg no dia 22.
MILHO: À ESPERA DA 2ª SAFRA, COMPRADOR RECUA E PREÇO SEGUE EM QUEDA
Apesar de a colheita de milho da segunda safra ainda estar no início em algumas regiões brasileiras, muitos compradores já têm se retraído do mercado, à espera de quedas nos preços do cereal. Com isso, conforme colaboradores do Cepea, as aquisições de novos lotes ocorrem apenas quando há necessidade de atender a demanda de curto prazo. Do lado vendedor, a oferta está maior, já que muitos agricultores precisam escoar a produção para entrada da segunda safra. No geral, no entanto, ressalta-se que a liquidez é limitada pelas incertezas quanto aos fretes. Nesse cenário, os preços estão em queda em praticamente todas regiões acompanhadas pelo Cepea, com exceção de algumas praças consumidoras do Nordeste, justamente por conta da dificuldade logística. Entre 15 e 22 de junho, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) recuou 5,4%, fechando a R$ 37,89/sc de 60 kg na sexta-feira, 22.
MANDIOCA: APÓS RECUAR POR 10 SEMANAS, PREÇO MÉDIO SOBE 3,5%
A oferta de mandioca diminuiu em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea nos últimos dias, enquanto a demanda industrial teve ligeiro aumento, refletindo a retomada das vendas de fécula. Nesse cenário, o preço médio da raiz subiu, após dez semanas em queda. Entre 18 e 22 de junho, a média nominal a prazo para a tonelada do produto posto fecularia foi de R$ 384,88, alta de 3,5% frente à da semana anterior, mas 24% abaixo da registrada no mesmo período do ano passado, em valores atualizados (IGP-DI de maio/2018).
CENOURA: OFERTA ELEVADA PRESSIONA VALORES EM SÃO GOTARDO
Os preços da cenoura recuaram na região produtora de São Gotardo (MG) nos últimos dias, refletindo a oferta elevada e o período de final de mês, quando as vendas costumam diminuir. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, o ritmo de negócios está bastante lento e reflexos da greve dos caminhoneiros ainda são observados, o que tem resultado em acúmulo e descartes de raiz. Entre 18 e 22 de junho, a caixa de 29 kg de cenoura “suja” teve média de R$ 8,00, valor 30,4% abaixo do da semana anterior.