Os preços de soja voltaram a subir no mercado brasileiro, de acordo com pesquisas do Cepea. O impulso veio do baixo excedente doméstico e das firmes demandas externa e interna. Além disso, os estoques das indústrias nacionais estão reduzidos. Do lado vendedor, alguns produtores consultados pelo Cepea, especialmente do Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, relatam ter menos de 10% do volume desta temporada para comercializar até a próxima safra, que deve ser colhida apenas em 2021. Pesquisadores do Cepea apontam que a sustentação dos preços brasileiros está relacionada também às incertezas quanto ao consumo da China por produtos norte-americanos, o que pode manter a demanda pela soja brasileira aquecida no próximo semestre, mesmo com a entrada da safra nos Estados Unidos.
MILHO: COM COLHEITA NO INÍCIO, COTAÇÕES REGISTRAM PEQUENAS QUEDAS
A colheita ainda está no início, mas os preços do milho seguem registrando pequenas quedas na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea, sobretudo nas do Paraná e do Centro-Oeste. Compradores postergam as negociações de grandes lotes para as próximas semanas, na perspectiva de continuidade do movimento de baixa, ao passo que vendedores consultados pelo Cepea buscam comercializar nos atuais patamares de preços. Nesse contexto, a maior parte das negociações envolve pequenos lotes. Na região de Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa recuou 3,9% de 29 de maio a 5 de junho, a R$ 48,20 a saca de 60 kg na sexta-feira, 5.
MANDIOCA: CHUVAS INTERROMPEM COLHEITA E OFERTA CAI
A oferta de mandioca seguiu baixa em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. As chuvas da semana passada interromperam a colheita em algumas áreas, devido à dificuldade de transporte nas lavouras – vale ressaltar que alguns agricultores consultados pelo Cepea priorizaram o plantio em detrimento da colheita, inclusivo o preparo do solo. Além disso, a menor disponibilidade de lavouras com mais de 1 ciclo e meio, que já foram finalizadas em parte das regiões, foi fator fundamental para a queda na oferta. Alguns mandiocultores já postergaram as entregas para o último trimestre do ano, por causa da rentabilidade da mandiocultura. Apesar de a demanda ainda ser considerada estável, houve uma maior disputa pela raiz, especialmente nas regiões de elevada concentração industrial, como no Paraná.
OVOS: DEMANDA AQUECIDA E OFERTA LIMITADA IMPULSIONAM PREÇOS
Após as quedas das cotações no final de maio, as condições do mercado voltaram a favorecer a liquidez dos ovos. Além do aumento na procura, influenciado pelo pagamento dos salários e pela liberação do auxílio emergencial do Governo Federal, as temperaturas mais baixas diminuem a produção de ovos. Com a demanda aquecida e a oferta limitada, pesquisas do Cepea apontam que as cotações reagiram na última semana em todas as regiões acompanhadas. Em relação aos insumos, conforme levantamento da Equipe Grãos/Cepea, tanto o milho quanto o farelo de soja apresentaram quedas nas cotações nos últimos dias, devido ao enfraquecimento da demanda.