As baixas dos futuros da soja e dos derivados na CME Group (Bolsa de Chicago) na semana passada, além dos recuos do dólar e dos prêmios de exportação no Brasil, pressionaram os valores domésticos do complexo soja. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa Paranaguá (PR) caiu 3,4% entre 4 e 11 de dezembro, a R$ 147,31/sc nessa sexta-feira. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná recuou 4,8% no mesmo comparativo, a R$ 141,23/sc de 60 kg no dia 11. Quanto ao dólar, recuou 1,46% na mesma comparação, a R$ 5,053 na sexta-feira. De acordo com dados do Cepea, os preços dos derivados também caíram, influenciados pela menor demanda doméstica, uma vez que grande parte dos consumidores se abasteceu para o médio prazo e não mostra interesse em efetivar novas aquisições neste ano.
MILHO: RITMO DE NEGÓCIOS DIMINUI, COM AGENTES ATENTOS ÀS LAVOURAS
A comercialização de milho está bastante lenta, com agentes negociando apenas pequenas quantidades, conforme indicam pesquisadores do Cepea. No geral, compradores postergam as aquisições para o próximo ano, enquanto vendedores seguem atentos ao desenvolvimento das lavouras e ao clima. Apesar de as chuvas terem retornado na maior parte das regiões, produtores estimam possíveis quedas na produtividade. Por enquanto, dados oficiais ainda apontam produção recorde na temporada 2020/21, superando 102 milhões de toneladas, mesmo com a redução na primeira safra.
MANDIOCA: RITMO DE PROCESSAMENTO DIMINUI; PREÇOS FICAM ESTÁVEIS
As recentes chuvas limitaram o avanço da colheita de mandioca na maioria das regiões, reduzindo os dias de moagem nas indústrias, segundo pesquisadores do Cepea. Além disso, a baixa rentabilidade da mandiocultura influenciou na tomada de decisão de muitos produtores, que devem voltar a entregar raízes somente a partir do final de janeiro de 2021. De modo geral, a oferta teve ligeiro equilíbrio com a demanda, e as cotações ficaram praticamente estáveis. Na semana passada, o preço médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 451,91 (R$ 0,7859 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), estável (+0,02%) frente à média do período anterior. Em quatro semanas, porém, a queda acumulada é de 2,3%.
OVOS: FRUSTRANDO EXPECTATIVAS DE AGENTES, PREÇOS SEGUEM ESTÁVEIS
Os preços dos ovos seguem estáveis em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea neste início de dezembro, não correspondendo às expectativas dos agentes de valorização da proteína. Isso porque a proximidade do fim do ano vem enfraquecendo a demanda pelo produto, limitando a liquidez e, consequentemente, as altas nas cotações. Apesar da estabilidade dos valores, muitas vendas, pincipalmente de ovos menores, cuja oferta é maior, têm sido realizadas com descontos. PRODUÇÃO EM 2020 – A produção de ovos esteve elevada nos nove primeiros meses de 2020, dificultando aumentos nas cotações e, inclusive, corroborando os fortes recuos em determinados períodos. De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia) divulgados nessa quinta-feira, 10, o recorde da produção brasileira ocorreu em julho, quando foram produzidas 273,93 milhões de dúzias.