Mesmo com a temporada 2017/18 de soja registrando produção superior à anterior, os preços se sustentaram ao longo de 2018, devido ao intenso ritmo das exportações da oleaginosa e dos derivados – vale ressaltar que as vendas externas foram favorecidas pela disputa comercial entre os Estados Unidos e a China. Produtores brasileiros consultados pelo Cepea, atentos ao contexto externo, se retraíram nas vendas do grão, na expectativa de ganhar uma parcela dos mercados argentino e norte-americano. O desinteresse nas vendas levou muitos deles a apoiarem a paralisação de caminhoneiros, que aconteceu nas últimas semanas de maio/18. A greve prejudicou as transações nacionais e o abastecimento interno, interrompendo o processamento de indústrias.
MILHO: 2018 É MARCADO POR QUEDA NA PRODUÇÃO NACIONAL
O mercado de milho em 2018 foi marcado pela forte queda na produção nacional, resultado da menor produtividade no campo, que, por sua vez, foi prejudicada pelo clima. A menor oferta sustentou os preços domésticos na maior parte do ano, reduzindo a competitividade do cereal no mercado externo, contexto que limitou as exportações do milho, conforme pesquisas do Cepea. Em termos globais, também houve redução na oferta. Além dos preços elevados no mercado interno, disputas internacionais entre os Estados Unidos e a China elevaram a atratividade da soja brasileira, fazendo com que tradings optassem por exportar a oleaginosa – e isso deslocou o volume armazenado de milho para o mercado interno.
CITROS: MENOR PRODUÇÃO ELEVA DEMANDA NAS INDÚSTRIAS E PREÇOS DA FRUTA
De acordo com pesquisas do Cepea, a menor produção de laranjas no cinturão citrícola (São Paulo e Triângulo Mineiro) em 2018/19 manteve elevada a demanda por matéria-prima nas indústrias paulistas no correr de 2018 e, consequentemente, os preços da fruta. A redução da produtividade, porém, pode limitar a rentabilidade do citricultor nesta temporada. No geral, as cotações de laranja permaneceram elevadas no correr de 2018 tanto no segmento industrial quanto no in natura. A sustentação veio da queda de 30,8% na produção do cinturão citrícola, que deve somar apenas 275,7 milhões de caixas de 40,8 kg, segundo o Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura).