Os preços da soja voltaram a subir no mercado doméstico. Segundo pesquisadores do Cepea, além do reaquecimento na demanda, sobretudo por parte das indústrias esmagadoras, a resistência de produtores em negociar grandes volumes, tanto para entrega imediata (referente ao remanescente da safra 2023/24), quanto para contratos a termo (envolvendo a temporada 2024/25), reforçou o movimento de alta. Na última quinta-feira, 26, o Indicador CEPEA/ESALQ – Paraná fechou a R$ 138,81/saca de 60 kg, o maior patamar nominal desde 22 de dezembro de 2023. Ainda conforme levantamentos do Cepea, produtores estão atentos às chuvas irregulares no Brasil e a incertezas quanto ao cultivo da nova temporada.
MILHO: Vendedor se retrai, e preços voltam a subir
O movimento de alta nos preços do milho voltou a ser verificado em praticamente todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Segundo pesquisadores do Centro de Pesquisas, o impulso vem sobretudo da retração de vendedores, que estão priorizando os trabalhos de campo e atentos ao clima quente e seco em partes das praças produtoras de safra verão. Ressalta-se que muitos agricultores já finalizaram a colheita da segunda safra 2023/24 neste mês e conseguiram armazenar a produção. Agora, esses agentes limitam a oferta no spot, à espera de novas valorizações. Demandantes, por sua vez, têm aumentado as intenções de compra, mas se esbarram nos maiores preços pedidos pelos vendedores ativos. De acordo com pesquisadores do Cepea, nesse cenário, o ritmo de negócios está lento no mercado spot nacional.
MANDIOCA: Média de setembro renova máxima do ano
Os preços da mandioca continuaram subindo em setembro. A média nominal a prazo da tonelada posta fecularia foi de R$ 574,23/t (R$ 0,9987 por grama de amido), alta de 11,5% frente à de agosto/24 e renovando o recorde nominal do ano – trata-se do quarto mês seguido de aumentos. Pesquisadores do Cepea atribuem esse cenário à baixa oferta. Muitas lavouras foram podadas, o que implica em colheita em segundo ciclo. Além disso, há retração de produtores, que consideram que, apesar dos atuais preços, a rentabilidade tem sido menor em razão de produtividade e teor de amido baixos. Também há produtores que continuam priorizando o plantio. A demanda pela matéria-prima, por sua vez, segue firme, com empresas, principalmente do Paraná, se abastecendo em praças mais distantes, o que reforça o suporte sobre as cotações, ainda conforme levantamentos do Cepea.
OVOS: Em queda pelo 6º mês, preços são os menores desde jan/22
Os preços dos ovos comerciais negociados nas principais regiões produtoras do País, Bastos (SP) e Santa Maria de Jetibá (ES), estão em queda pelo sexto mês consecutivo. Na parcial de setembro (até o dia 26), as médias registram o menor patamar nominal desde janeiro de 2022. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão vem da oferta elevada e da demanda enfraquecida no mercado doméstico. A baixa liquidez tem reforçado as sobras de ovos, o que preocupa agentes do setor. Colaboradores do Cepea estão atentos aos possíveis impactos do calor excessivo em diversas regiões, tanto sobre a qualidade quanto a vida útil do produto. Para reduzir os estoques, as negociações continuam sendo realizadas com descontos e promoções, pressionando os valores.