A demanda por soja tem superado a oferta no mercado interno, levando os preços a registrarem recordes nominais. De acordo com pesquisadores do Cepea, indústrias domésticas e compradores internacionais estiveram mais ativos nas aquisições da soja brasileira nos últimos dias. Porém, as compras foram limitadas pela baixa oferta. Isso porque a entrada vagarosa da safra e as incertezas quanto ao rendimento têm deixado sojicultores reticentes nas comercializações de grandes volumes. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná avançou 1,7% entre 21 e 28 de janeiro, a R$ 180,32/sc de 60 kg no dia 28 – o valor nominal mais alto da série do Cepea, iniciada em jul/97. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa Paranaguá (PR) registrou recorde nominal da série do Cepea, a R$ 184,22/sc de 60 kg, na quarta-feira, 26. No dia 28, porém, a média recuou para R$ 183,80/sc de 60 kg, com alta de 2% em sete dias.
MILHO: PREÇOS TÊM COMPORTAMENTOS DIFERENTES DENTRE REGIÕES
Dentre as principais regiões produtoras de safra verão de milho (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais), os preços recuaram apenas nos mercados mineiro e paulista nos últimos dias, conforme apontam dados do Cepea. No Sul do País, apesar de as cotações avançarem com menor intensidade do que nas semanas anteriores, as altas prevaleceram, impulsionadas pelas condições climáticas adversas. Especificamente na região de Campinas (SP), referência para o Indicador ESALQ/BM&FBovespa, as cotações recuaram 0,95%, fechando a R$ 97,40/sc de 60 kg na sexta-feira, 28 – no entanto, no acumulado de janeiro (até o dia 28), a alta é de quase 8%. O menor interesse por parte dos consumidores pressionou as cotações.
MANDIOCA: MÉDIA NOMINAL É A MAIOR DESDE NOV/17
A demanda por raiz de mandioca está firme, devido à possibilidade de melhora na comercialização de fécula e de farinha. Quanto à oferta, muitas lavouras ainda não estão em ponto de colheita, o que inviabiliza a entrega por conta da produtividade e do rendimento de amido baixos. Nesse cenário, segundo informações do Cepea, os preços da matéria-prima são os mais elevados desde novembro de 2017, em termos nominais. A média a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 692,72 (R$ 1,2047 por grama de amido) na semana passada, 1,1% acima do observado no período anterior – dados do Cepea.