Os prêmios de exportação e os valores do complexo soja recuaram no mercado doméstico nos últimos dias, segundo informações do Cepea. A pressão veio da desvalorização do dólar frente ao Real, da proximidade da finalização da colheita de soja em importantes áreas do Brasil, do início da colheita na Argentina e das expectativas de aumento de área da oleaginosa nos Estados Unidos. Entre 18 e 25 de março, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá (PR) recuou significativos 4,3%, a R$ 193,27/saca de 60 kg na sexta. O Indicador CEPEA/ESALQ – Paraná registrou baixa de 4% no mesmo comparativo, indo para R$ 189,54/sc de 60 kg no dia 25. FARELO DE SOJA – Os preços do derivado também recuaram nos últimos dias. Além de ser influenciado pela desvalorização do grão, grande parte dos consumidores se abasteceu de curto a médio prazo e não sinalizou necessidade de negociar grandes volumes no mercado spot. ÓLEO DE SOJA – A liquidez está baixa. A disparidade entre os valores de compradores e vendedores é alta, uma vez que parte das indústrias ainda não repassou a queda do grão para o derivado, com pedidas acima da paridade de exportação.
MILHO: INDICADOR VOLTA A FECHAR ABAIXO DE R$ 100/SC
O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (referência região de Campinas – SP) voltou a operar abaixo dos R$ 100/saca de 60 kg, depois de atingir R$ 103,90/sc no dia 14 de março, a máxima nominal da série histórica. Entre 18 e 25 de março, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa recuou 5,47%, fechando a R$ 96,98/sc na sexta-feira, 25. Segundo informações do Cepea, a pressão vem especialmente do enfraquecimento da demanda. Além disso, parte dos produtores esteve mais flexível nos valores de negociação, seja porque pretende aproveitar os atuais patamares mais elevados, seja por necessidades de fazer caixa para quitar dívidas de custeio deste mês. Outros produtores, ainda, precisam comercializar lotes da safra verão, que começa a ganhar ritmo no Sudeste brasileiro.
MANDIOCA: APESAR DE AUMENTO, OFERTA SEGUE ABAIXO DA DEMANDA INDUSTRIAL
Mesmo com alguns mandiocultores postergando a colheita da raiz, a oferta de mandioca aumentou na semana passada. Apesar disso, ela segue abaixo da demanda industrial, que continua fortalecida. Somente agricultores com necessidade de se capitalizar ou de entregar áreas têm avançado com a colheita e a comercialização. Assim, a média semanal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 781,45 de 21 a 25 de março, elevação de 2,2% na comparação com o período anterior.
OVOS: PREÇOS SOBEM E ELEVAM PODER DE COMPRA DO AVICULTOR
Mesmo com as fortes valorizações do milho e do farelo de soja no início de março, os preços dos ovos, que estão em patamares recordes neste mês, garantiram aumento no poder de compra dos avicultores. No entanto, segundo pesquisadores do Cepea, a alta foi tímida, limitada justamente pelas cotações dos insumos. No mercado de farelo de soja, a retração de vendedores e o alto valor da matéria-prima elevaram as cotações na primeira quinzena de março. Quanto ao milho, a maior demanda externa e o preço internacional elevado motivaram altas também nas cotações domésticas.