As cotações da soja recuaram no mercado brasileiro nos últimos dias, segundo pesquisas do Cepea. A baixa esteve atrelada à queda nos prêmios de exportação do grão e também nos valores FOB, devido à possível redução na demanda internacional pela soja brasileira. Este cenário fez com que sojicultores se afastassem das vendas no spot e dessem prioridade ao cumprimento de contratos. Do lado da indústria, algumas estão recebendo lotes negociados antecipadamente, outras estão em manutenção, à espera da maior entrada de grão para processamento. É interessante analisar que, diante da queda do grão, a Crush Margin, calculada para o embarque fevereiro/19, teve significativo aumento de 35% entre 11 e 18 de janeiro, indo para US$ 43,8/t. Isso indica melhora nas margens das indústrias e aponta uma possível retomada dos esmagamentos nas próximas semanas. No campo, 10% da área de soja no Paraná já foi colhida até o dia 14, segundo dados do Deral. Em Mato Grosso, o Imea indica que 5,62% da área foi colhida até o dia 11.
MILHO: COLHEITA DA SAFRA DE VERÃO SE INICIA NO BRASIL
As atividades de colheita da safra de verão do milho começaram em algumas localidades de São Paulo e de Minas Gerais, de acordo com informações do Cepea. No Rio Grande do Sul, a colheita está um pouco mais avançada. Em São Paulo, apenas as regiões que têm irrigação iniciaram as atividades. Esse cenário e a proximidade da colheita em outras praças paulistas têm resultado em quedas nos preços. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), caiu 1,21% entre 11 e 18 de janeiro, fechando a R$ 38,31/saca de 60 kg na sexta-feira. Quanto à segunda safra, alguns produtores já iniciaram os trabalhos de semeio. No Paraná, até o dia 14, 9% da área havia sido cultivada. Em Mato Grosso, de acordo com o Imea, o semeio chegou em 1,37% até o dia 11, contra 1,28% no mesmo período do ano passado.
MANDIOCA: OFERTA RESTRITA IMPULSIONA PREÇOS
Apesar da maior movimentação na semana passada frente às anteriores, houve baixa disponibilidade de raízes e parte dos agricultores se retraiu, segundo indicam pesquisadores do Cepea. Assim, o ritmo de colheita ficou aquém das expectativas para o período, cenário que impulsionou as cotações da matéria-prima na maioria das regiões acompanhadas. Entre 14 e 18 de janeiro, o preço médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 356,01 (R$ 0,6192 por grama de amido, na tabela de renda 20), alta de 1,2% frente à média da semana anterior.
CEBOLA: CHUVA AFETA COLHEITA EM SC
As recentes chuvas nas roças de cebola em Santa Catarina reduziram o ritmo de colheita na semana passada, de acordo com informações do Hortifruti/Cepea. A região mais afetada pelas precipitações foi Lebon Régis, pois ainda há expressivo volume nas roças. Segundo colaboradores, as hortaliças ainda não apresentam problemas fitossanitários significativos; porém, com o tempo, a incidência de bactéria e fungo pode prejudicar os bulbos. Já em Ituporanga, as altas temperaturas e a elevada umidade impulsionaram a ocorrência de bico d’água nas últimas semanas. Em alguns casos, parte da mercadoria foi descartada. As cebolas que foram colhidas a partir do dia 15 de dezembro apresentam problemas em relação à qualidade, devido às adversidades climáticas no período de desenvolvimento e retirada do produto das roças.