O baixo volume de chuva em regiões produtoras dos Estados Unidos pode prejudicar o desenvolvimento das lavouras de soja. Segundo pesquisadores do Cepea, essa situação vem gerando preocupações entre agentes e impulsionando os valores externos do grão. No mercado interno, os preços também estão subindo, mas o movimento de alta é limitado pela desvalorização do dólar frente ao Real e pela oferta doméstica elevada. Com expectativas de que as altas externas sejam repassadas ao Brasil nas próximas semanas, vendedores nacionais limitaram as negociações no spot. No entanto, é importante lembrar que a temporada brasileira 2022/23 está estimada pela Conab em 154,81 milhões de toneladas, 23% superior à da anterior, e que o ritmo de comercialização atual está bem abaixo do verificado em safras anteriores, o que, por sua vez, pode limitar valorizações da oleaginosa, tendo em vista que, em algum momento, haverá maior necessidade de venda.
MILHO: COLHEITA AVANÇA APENAS EM MT; PREÇO SEGUE EM QUEDA
A colheita de milho da segunda safra tem avançado com mais intensidade apenas em Mato Grosso, mas, segundo colaboradores consultados pelo Cepea, as expectativas quanto à produção e à qualidade do cereal são positivas na maior parte das regiões produtoras. Quanto às negociações, a perspectiva de oferta elevada nas próximas semanas faz com que consumidores posterguem as aquisições, enquanto vendedores mostram interesse em comercializar o cereal no spot e/ou fechar contratos para entrega futura – muitos estão flexíveis nos preços e nos prazos. Esse cenário mantém os preços do milho em queda, movimento que vem sendo verificado desde março.
MANDIOCA: OFERTA DIMINUIU, MAS É SUFICIENTE PARA ATENDER À DEMANDA
A disponibilidade de lavouras de segundo ciclo tem sido menor em parte das regiões acompanhadas pelo Cepea, e muitos agricultores mostram baixo interesse pela comercialização de raízes com até 12 meses, sobretudo por conta dos atuais preços. Além disso, a prioridade de mandiocultores tem sido as atividades relacionadas ao plantio, especialmente a separação de manivas e/ou o preparo de solo. Diante deste cenário, a oferta de raiz foi menor na semana passada, mas, ainda assim, suficiente para atender à demanda industrial, que, ressalta-se, diminuiu os dias de moagem, por conta do feriado da quinta-feira, 8 (Corpus Christi). Quanto aos preços, dados do Cepea mostram quem fecharam praticamente estáveis. Entre 5 e 9 de junho, o valor médio da mandioca posta fecularia foi de R$ 696,93/tonelada, leve queda de 0,02% frente ao da semana anterior. Em um ano, contudo, verifica-se queda de 12%, em termos reais.
CITROS: DEMANDA POR LARANJAS ESTÁ FRACA NO MERCADO DE MESA, MAS FIRME PARA A INDÚSTRIA
Enquanto a demanda por laranjas segue fraca no mercado de mesa, a procura pela fruta por parte das indústrias vem crescendo. Assim, levantamento do Cepea mostra que os preços da laranja pera têm se mantido firmes no mercado in natura. No caso da tangerina poncã, a demanda segue aquecida, mas os preços caíram na semana passada. Quanto à lima ácida tahiti, muitos produtores estão segurando a colheita, visando amenizar a oferta excessiva da variedade no mercado in natura, e esse contexto sustentou os valores da fruta na semana passada.