Os valores da soja estão em baixa nos mercados interno e externo, pressionados pela finalização da colheita no Brasil e pelas condições climáticas favoráveis à semeadura da oleaginosa no Hemisfério Norte. De acordo com levantamento do Cepea, o enfraquecimento da demanda externa também pesou sobre as cotações, visto que consumidores globais estão postergando as aquisições, na expectativa de adquirir lotes a preços menores nas próximas semanas. Esses agentes estão fundamentados na ampla oferta mundial da oleaginosa, prevista pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) a 410,58 milhões de toneladas na temporada 2023/24, um novo recorde e 10,8% superior às 370,4 milhões de toneladas projetadas para a safra atual (2022/23).
MILHO: COLHEITA TEM INÍCIO PONTUAL EM MT; PREÇOS SEGUEM EM QUEDA
A colheita da segunda safra de milho começou de forma pontual em Mato Grosso, sem chegar a 1% da área, com previsão de intensificação no final de maio/início de junho. Nas outras regiões, o ciclo pode ser mais alongado, devido às baixas temperaturas que podem atrasar o desenvolvimento. Quanto aos preços, de acordo com levantamento do Cepea, continuam em baixa, influenciados por estimativas indicando safras volumosas principalmente no Brasil e nos Estados Unidos, onde o clima benéfico tem elevado as expectativas de produção. Porém, as negociações do cereal seguem enfraquecidas no mercado brasileiro e para exportação, visto que agentes estão priorizando os embarques da soja.
MANDIOCA: MENOR RITMO DE COLHEITA MINIMIZA QUEDAS DE PREÇOS
A diminuição no ritmo da colheita da raiz limitou as baixas nos valores. Segundo colaboradores do Cepea, o menor movimento de entregas está atrelado à combinação de dois fatores: parte dos mandiocultores tem priorizado o plantio ou está postergando a colheita, enquanto as lavouras de mandioca de segundo ciclo estão sendo finalizadas em muitas áreas. Entre 15 e 19 de maio, o preço médio da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 696,31 (R$ 1,2110 por grama de amido), queda semanal de 2,5%. No acumulado do ano, a baixa é de 41%, em termos nominais.
OVOS: BRASIL REGISTRA CASOS DE IAAP EM AVES, MAS NEGÓCIOS SEGUEM ESTÁVEIS
A confirmação pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) na segunda-feira, 15, de três casos de H5N1 (Influenza Aviária de Alta Patogenicidade, IAAP) em aves silvestres no litoral do Espírito Santo preocupa agentes do setor, uma vez que um dos casos foi registrado a menos de 100 km do município de Santa Maria de Jetibá, que concentra o maior rebanho de galinhas do País. A notificação do vírus não muda o status do Brasil como país livre da IAAP, uma vez que se trata de aves silvestres, e, até o momento, não influenciou a comercialização de ovos, que permanecem com preços praticamente estáveis na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea.