Os preços internos da soja recuperaram ao longo da última semana de junho parte das perdas verificadas no período anterior e acabaram acumulando alta no mês. Segundo pesquisadores do Cepea, a sustentação veio das valorizações externas e dos maiores prêmios de exportação. No mercado internacional, o movimento de alta esteve associado à piora das condições das lavouras de soja dos Estados Unidos e a dados do USDA apontando redução da área com a oleaginosa naquele país em relação às estimativas iniciais (de março/22). Assim, no acumulado de junho, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá (PR) subiu 2,6%, encerrando a R$ 194,96/saca de 60 kg no dia 30. O Indicador CEPEA/ESALQ – Paraná avançou 2,31% no acumulado do mês, a R$ 189,82/saca de 60 kg no dia 30.
MILHO: COLHEITA E QUEDA EXTERNA PRESSIONAM VALORES DO BRASIL
Os preços do milho seguiram em queda no Brasil no final de junho, pressionados pelo aumento na oferta, tendo em vista o avanço da colheita de segunda safra. Além disso, o movimento de queda no valor doméstico foi reforçado ao longo da semana passada por desvalorizações no mercado internacional. Diante desse cenário, compradores nacionais seguiram afastados do spot, na expectativa de adquirir lotes a valores menores nas próximas semanas. No acumulado de junho, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), caiu 3,13%, fechando a R$ 83,55/saca de 60 kg no dia 30.
MANDIOCA: MÉDIA DE JUNHO SOBE PELO 11º MÊS SEGUIDO
Os preços médios da raiz de mandioca seguiram em alta em junho. No mês, a tonelada da mandioca posta fecularia foi comercializada à média de R$ 869,87, sendo esta 1,4% acima da de maio/22. Trata-se, também, do 11º mês seguido de valorização. Segundo pesquisadores do Cepea, produtores têm dado maior atenção ao plantio de novas lavouras de mandioca, reduzindo a oferta de matéria-prima para as indústrias. Já do lado da demanda, esta seguiu firme, contexto que tem dado suporte às cotações da raiz.
FRANGO: PREÇO DA CARNE CAI E ELEVA COMPETITIVIDADE FRENTE À SUÍNA
Os preços da carne de frango seguiram enfraquecidos em junho, ao passo que os valores da suína subiram. Diante disso, a competitividade da proteína avícola frente à concorrente cresceu pelo segundo mês consecutivo. Em junho (até o dia 29), o frango inteiro resfriado foi comercializado no atacado da Grande São Paulo à média de R$ 7,44/kg, queda de 1,1% sobre a de maio. Segundo colaboradores do Cepea, apesar das vendas externas aquecidas, o baixo consumo interno pressionou as cotações da maioria dos produtos da avicultura de corte. Já para a carne suína, o período de inverno e festas tradicionais têm aquecido as vendas, ao passo que a oferta de animais em peso ideal de abate está menor, contexto que vem resultando em elevação dos preços. Em junho, a carcaça especial suína foi cotada, em média, a R$ 9,35/kg, avanço mensal de 1,1%. Diante disso, a carcaça suína esteve 1,91 Real/kg mais cara que o frango inteiro na parcial de junho, diferença 10,8% maior que a observada em maio, o que reduziu a competitividade da carne de frango frente à substituta.