De acordo com pesquisas do Cepea, os valores da soja caíram no mercado brasileiro nesta semana, pressionados pela menor demanda, pela desvalorização do dólar e pelo clima favorável às lavouras de soja em praticamente todo o Brasil. A expectativa é de nova safra recorde no País, apesar de as lavouras cultivadas primeiramente poderem registrar menor produtividade. A queda nos preços internos, no entanto, foi limitada pela forte valorização nos contratos futuros negociados na CME Group (Bolsa de Chicago). Entre 13 e 20 de dezembro, os Indicadores ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá e CEPEA/ESALQ Paraná recuaram 0,8% e 0,1%, com respectivos fechamentos de R$ 87,25/saca e R$ 82,95/sc de 60 kg nessa sexta-feira, 20.
MILHO: RITMO DE NEGÓCIOS É LENTO NA SEMANA
Apesar do baixo ritmo de negócios, os preços de milho se mantiveram firmes em muitas praças consultadas pelo Cepea. A maior parte dos compradores está afastada, sinalizando voltar a adquirir grandes lotes apenas em meados de janeiro, quando se inicia a colheita da safra de verão. Já as exportações seguem intensas. Do lado vendedor, muitos pedem preços maiores, fundamentados na atual menor disponibilidade do cereal. Além disso, pesquisas do Cepea apontam que dificuldades logísticas também limitaram os fechamentos na semana.
MANDIOCA: CHUVAS ATRAPALHAM COLHEITA E OFERTA FICA AINDA MAIS RESTRITA
As chuvas frequentes e em volumes expressivos da semana anterior atrapalharam os poucos mandiocultores consultados pelo Cepea com interesse pela comercialização, visto que não puderam avançar com a colheita. Praticamente não houve moagem na indústria de fécula, com parte significativa das firmas encerrando as atividades na sexta, 20. Quanto às cotações, entre 16 e 20 de dezembro, até foram pressionadas no correr da semana, devido à demanda enfraquecida, porém, no geral, estiveram firmes. Apesar desse cenário, o ganho real dos mandiocultores consultados pelo Cepea pouco se alterou, tendo em vista que o rendimento de amido tem sido baixo. Além disso, a produtividade agrícola também tem ficado aquém das médias históricas.
OVOS: PODER DE COMPRA SE ELEVA EM DEZEMBRO
O mês de dezembro é caracterizado pelas menores vendas de ovos, devido ao período de férias escolares e festividades de final de ano, quando consumidores compram proteínas típicas da época. Em 2019, porém, os elevados patamares de preços das principais carnes consumidas no Brasil (bovina, suína e de frango) favoreceram a comercialização de ovos. Em todas as regiões acompanhas pelo Cepea, as cotações atingiram a maior média nominal para o mês de toda a série histórica, iniciada em 2013. Além disso, esses aumentos têm corroborado para o poder de compra do avicultor. Após os consecutivos aumentos ocorridos no final de novembro e início de dezembro, por conta dos preços das carnes, as cotações dos ovos seguiram praticamente estáveis no começo da segunda quinzena desse mês. No mercado de milho, a oferta restrita e a demanda aquecida, principalmente por conta da suinocultura e avicultura, têm elevado os valores do cereal. A atividade pecuária também tem influenciado as cotações do farelo de soja.