Os recuos nos valores externos, a desvalorização do dólar frente ao Real, a menor liquidez e estimativas indicando maior produção no Brasil resultaram em forte queda nos preços domésticos do complexo soja. Diante disso e também da indefinição dos fretes mínimos, muitos produtores consultados pelo Cepea se afastaram do mercado, preferindo deixar o remanescente da safra estocado. Vale ressaltar que boa parte da safra já havia sido negociada até o final de maio. Segundo levantamento do Cepea, entre 8 e 15 de junho, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) recuou significativos 3,8%, a R$ 83,52/saca de 60 kg nessa sexta-feira, 15. No mesmo comparativo, o Indicador CEPEA/ESALQ Paraná teve expressiva queda de 3,2%, a R$ 77,04/sc de 60 kg no dia 15.
MILHO: PREÇOS RECUAM QUASE 8% EM SETE DIAS
A maior oferta interna de milho mantém os preços do cereal em queda em todas as praças acompanhadas pelo Cepea. No geral, a colheita da segunda safra de milho começou aos poucos em algumas regiões do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do País. Assim, parte dos vendedores consultados pelo Cepea tenta escoar os estoques, visando liberar espaço para a entrada da segunda safra. Muitos compradores, no entanto, estão afastados do mercado, à espera do avanço da colheita. Na região consumidora de Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa recuou expressivos 7,46 % em sete dias, fechando a R$ 40,04/sc de 60 kg na sexta-feira, 15.
ALFACE: OFERTA ELEVADA E FRACA DEMANDA PRESSIONAM COTAÇÕES
Com as baixas temperaturas entre 11 e 15 de junho, a procura por alfaces esteve reduzida. Além disso, a oferta de folhosas ainda está elevada nas regiões paulistas de Mogi das Cruzes e Ibiúna, devido ao clima favorável à produção. Assim, as alfaces comercializadas na região de Ibiúna apresentaram boa qualidade, apesar do atraso do ciclo que ocorre diante do clima frio e ocasiona tamanhos menores do que o padrão. Em Mogi das Cruzes, por sua vez, alguns produtores consultados pelo Cepea ainda relataram casos de míldio, por causa das baixas temperaturas, porém, sem perdas significativas na produção. Diante do baixo consumo e alta disponibilidade, em Ibiúna, a crespa foi cotada a R$ 7,08/cx com 20 unidades, queda de 13,24% frente à semana anterior. Já em Mogi das Cruzes, a variedade crespa teve média de R$ 10,88/cx com 20 unidades, recuo de 6,12% em relação ao mesmo período.