Os Indicadores da soja ESALQ/BM&FBovespa Paranaguá (PR) e CEPEA/ESALQ Paraná seguem renovando as máximas históricas. Especificamente na quinta-feira, 6, os Indicadores atingiram os maiores patamares desde novembro de 2012, em termos reais (as médias mensais foram deflacionadas pelo IGP-DI de jul/20), ao fecharem em R$ 124,31/sc e R$ 117,17/sc de 60 kg, respectivamente. Na sexta-feira, 7, o Indicador Paranaguá finalizou a R$ 123,20/sc e o Indicador Paraná a R$ 118,22/sc de 60 kg, respectivas altas de 3,4% e de 6%, frente à sexta anterior, 31. De acordo com pesquisas do Cepea, a sustentação vem da presença mais ativa de compradores no spot. Tradings precisam de novos lotes para completar cargas de navios, o que, por sua vez, indica que os embarques devem seguir firmes em agosto, depois de terem registrado volume expressivo em julho. Representantes de indústrias brasileiras relatam dificuldade na aquisição do grão, sendo verificado até acirramento na disputa entre compradores domésticos. Nesse cenário, mesmo em meio à safra recorde no País, esmagadoras têm importado maior volume de soja. Do lado vendedor, as aquecidas demandas externa e interna e o dólar favorecendo os preços domésticos fazem com que alguns sojicultores consultados pelo Cepea aproveitem para liquidar parte do volume remanescente da safra 2019/20.
MILHO: DEMANDA AQUECIDA FAZ COM QUE INDICADOR RETORNE PARA A CASA DOS R$ 52/SC
Mesmo com o avanço da colheita da segunda safra, produtores brasileiros consultados pelo Cepea seguem retraídos das vendas, comercializando apenas lotes pontuais. As demandas internas e externas firmes, por sua vez, estão aquecidas. Consumidores consultados pelo Cepea indicam que, além da dificuldade em fazer novos negócios, as entregas de lotes já adquiridos antecipadamente estão atrasadas. Nesse contexto, os preços do cereal seguem em alta na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Nessa sexta-feira, 7, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (base Campinas-SP) fechou a R$ 52,72/sc de 60 kg, voltando ao patamar nominal verificado em abril. De 31 de julho a 7 de agosto, o Indicador subiu 3,8%.
MANDIOCA: MESMO COM OFERTA SATISFATÓRIA, DEMANDA SE ENFRAQUECE
A oferta de mandioca seguiu satisfatória, visto que alguns produtores consultados pelo Cepea optaram pela colheita de raiz de 1º ciclo, devido à necessidade de se capitalizarem. A disponibilidade só não foi mais expressiva por causa do clima seco, que dificultou os trabalhos de campo, inclusive o plantio. Por outro lado, houve baixo interesse pelo processamento, com indústrias justificando dificuldades na comercialização dos derivados e estoques abundantes. Neste cenário, os preços seguiram em queda. No mercado de fécula, compradores postergaram as compras, mantendo o mercado com baixa liquidez e com as cotações também em baixa. Quanto ao de farinha de mandioca, houve pouca negociação no Centro-Sul, devido à ausência de compradores de outros estados.
OVOS: EXPORTAÇÕES REGISTRAM O MENOR VOLUME EM UM MÊS DE JULHO EM 14 ANOS
Os embarques de ovos para consumo in natura recuaram novamente em julho, somando dois meses consecutivos de queda. De acordo com dados da Secex, o setor exportou 68,1 toneladas em julho, a segunda menor quantidade deste ano, atrás somente da de março, quando foram exportadas 63,3 toneladas do produto. Considerando-se apenas os meses de julho, trata-se do volume mais baixo desde 2006. De junho a julho, o recuo nos embarques foi de 41,2% e, na comparação com julho/19, de expressivos 74,1%. O forte recuo está atrelado principalmente à diminuição dos embarques aos Emirados Árabes Unidos, o principal destino das vendas de ovo brasileiro. De janeiro a julho, os embarques ao país árabe totalizaram 709 toneladas, significativa queda de 78,5% frente ao mesmo período de 2019. Já no mercado interno, verifica-se aquecimento na demanda final por ovos neste início de agosto, como típico para o período. Assim, as vendas aumentaram e, consequentemente, as cotações foram impulsionadas.